Quais ações comprar no setor imobiliário, segundo o Credit Suisse
O Credit Suisse revisou as projeções para as ações de oito empresas do setor imobiliário, com um maior otimismo para os papéis do segmento de baixa renda. Com isso, os ativos da Tenda (TEND3) e MRV (MRVE3) foram elevados de underperform (desempenho abaixo da média) para outperform (desempenho acima da média) e de underperform para neutra, respectivamente.
“Ter descoberto que apenas 40% das renegociações hipotecárias da Caixa Econômica Federal se relacionam com a inadimplência é revigorante. Além disso, observamos melhores tendências nos resultados da Caixa no quarto trimestre, com spreads crescentes e melhora nos índices de alavancagem, indicando uma menor necessidade de ajustes em termos de tamanho do programa Minha Casa Minha Vida”, explicam Luis Stacchini e Vanessa Quiroga.
O preço-alvo para a Tenda subiu de R$ 23 para R$ 33. Já o da MRV passou de R$ 14,50 para R$ 16,50. “As safras recentes de hipotecas têm mostrado tendências de qualidade de ativos melhoradas em relação às mais antigas, com perdas líquidas abaixo de 30%, sustentando uma postura mais positiva”, aponta o banco.
Médio-padrão
A análise do Credit Suisse também avançou para as empresas do segmento de médio-padrão. A recomendação para a Cyrela (CYRE3), preço-alvo de R$ 13,50 para R$ 17, e Even (EVEN3), de R$ 5,40 para R$ 6, passou de neutra para outperform, enquanto que para Tecnisa (TCSA3), de R$ 2,98 para R$ 1,90, foi de underperform para neutra.
“Embora as perspectivas de lucros ainda pareçam muito desafiadoras no curto prazo, esperamos que a demanda no segmento de renda média surpreenda os investidores nos próximos trimestres devido ao aumento de captação, redução de cancelamentos de vendas e maior acessibilidade. As avaliações já incorporam alguma melhoria na lucratividade, mas vemos uma boa assimetria de retornos em nossas principais escolhas”, ressalta o CS.
Direcional
Para a Direcional (DIRR3), o Credit Suisse subiu a recomendação de undeperform para outperform e o preço-alvo de R$ 6,50 para R$ 8,50. “Depois de alguns anos de turbulência, agora vemos a Direcional a caminho de melhorar os resultados e o fluxo de caixa livre, já que a transição para os escalões superiores do MCMV parece estar suavizando, com maiores lançamentos/vendas abrindo espaço para melhor reconhecimento de receita (e retornos) adiante”, diz o banco.
Eztec
A recomendação neutra para a Eztec (EZTC3) foi mantida, com o preço-alvo elevado de R$ 21 para R$ 21,50. “Em nossa opinião, as margens provavelmente serão um pouco menores no próximo ciclo. Além disso, o considerável valor contábil da EZTec, juntamente com uma estratégia contida em relação às distribuições, deve fazer com que os retornos demorem um pouco mais, evitando que vejamos uma alta importante dos níveis atuais”, destaca o relatório.
Gafisa
O Credit Suisse observa tendências desafiadoras para a Gafisa (GFSA3) e manteve a recomendação underperform, enquanto revisou o preço-alvo de R$ 9,73 para R$ 10. “A rentabilidade deve permanecer moderada no curto a médio prazo, enquanto a alavancagem permanece alta em um cenário de declínio do fluxo de caixa livre, sustentando nossa posição negativa sobre o nome”, conclui o CS.