Qantas testará se passageiros suportam voo direto de 20 horas
Qantas Airways vai levar aeronaves quase vazias de Nova York e Londres até Sydney, transportando apenas alguns funcionários para testar como o corpo humano tolera a longa viagem, antes de lançar o serviço comercialmente.
A empresa anunciou na quinta-feira que simulará os mais longos voos diretos com Dreamliners, da Boeing (BOEI34), a partir de outubro, com 40 passageiros e tripulação que passarão por uma bateria de exames médicos e avaliações.
A companhia aérea australiana quer iniciar vôos diretos ligando Sydney a Nova York e Londres em 2022. Para o presidente Alan Joyce, esta é a última fronteira da aviação.
As viagens demoram cerca de 20 horas e ainda não é certo que serão disponibilizadas. A Qantas ainda não decidiu qual aeronave — Boeing ou Airbus — que deve usar para percorrer a rota com cabine e tanque cheios e sem escalas. E não se sabe como os passageiros vão suportar quase um dia inteiro ali dentro.
“O que vamos aprender nesses voos será inestimável”, disse Joyce em teleconferência na quinta-feira. Ele já havia dito que planejava escolher entre os modelos 777-8X da Boeing ou A350-900ULR de longo alcance ou 1000ULR da Airbus. A disputa pelo contrato dá à Qantas mais vantagem na negociação de preços.
Em entrevista à Bloomberg Television na quinta-feira, Joyce disse que o atraso no programa de fabricação do 777X não tirou a americana Boeing do páreo. Ele contou que a Boeing ofereceu à Qantas uma solução “transitória” para acomodar qualquer atraso, mas não entrou em detalhes.
“Ainda é uma corrida muito competitiva”, disse ele.