Pulso Público: Ciro é “herdeiro mais promissor” dos votos de Lula
No xadrez pré-eleitoral, o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) é “um herdeiro mais promissor” do eleitorado de Lula, avalia a Pulso Público: está em um partido melhor estruturado do que Marina Silva (Rede) e tem um “discurso com claro apelo ao eleitor lulista”.
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Dentre as opções do próprio PT, a consultoria política cita Jaques Wagner, “uma aposta mais segura”, e Fernando Haddad. “Para ambos, as chances de herdar ao menos parte do eleitorado lulista repousam na capacidade do PT de comunicar ao eleitorado que o ex-presidente se mantém na disputa, postergando também ao máximo uma eventual prisão.”
Na análise enviada a clientes, a Pulso chama a atenção ao perfil do eleitor lulopetista nos últimos anos. Desde o mensalão, o partido perdeu o apoio da classe média urbana e, simultaneamente, passou a atrair eleitores nordestinos e das periferias de regiões metropolitanas em decorrência da expansão de políticas assistencialistas.
“Obviamente há mais alternativas, entre elas o próprio fim do lulismo, ou sua substituição pela reedição do voto conservador das pessoas com mais baixa renda. O ressurgimento do carlismo na Bahia é um exemplo regional de algo que pode virar uma tendência, possivelmente favorecendo um candidato como Geraldo Alckmin”, escreve a consultoria.
Marina Silva
Em relatório enviado a clientes na semana passada, o economista do UBS Tony Volpon diz que, sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição, a Marina Silva seria a candidata mais competitiva. A respeito da ex-senadora, “a ausência de um discurso claro que mobilize o eleitorado lulista pesa e muito”, ressalva a Pulso Público.
Em entrevista ao Money Times, Marcus André Melo, professor de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor pela Sussex University, no Reino Unido, afirmou que o pleito deste ano não deve repetir a disputa PT versus PSDB. Para ele, a provável ausência de Lula na eleição aumenta o favoritismo de um candidato da coalização de centro direita encabeçada pelo PSDB, traz um apelo maior em torno da candidatura de Marina Silva, enquanto desidrata Jair Bolsonaro.