Política

PT vai ao STF contra Bolsonaro, filho Carlos e Moro por investigação sobre morte de Marielle

04 nov 2019, 14:46 - atualizado em 04 nov 2019, 14:46
Jair Bolsonaro
Petistas levantaram a suspeita de que Bolsonaro e Carlos podem ter alterado as gravações do local (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O PT entrou nesta segunda-feira com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro, um dos filhos dele, Carlos Bolsonaro, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no episódio em que Bolsonaro e Carlos disseram ter se apropriado da memória da secretária eletrônica da portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde ambos têm residência.

Petistas levantaram a suspeita de que Bolsonaro e Carlos podem ter alterado as gravações do local. As gravações tratam da visita de Élcio de Queiroz, um dos acusados de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), ao condomínio no dia do crime, em março de 2018. Élcio visitou o ex-policial Ronnie Lessa, acusado de ter sido o autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson Gomes.

Em depoimento à Polícia Civil do Rio, um porteiro disse inicialmente que Élcio teria informado que iria à casa de Bolsonaro, mas depois foi visitar Ronnie Lessa. Essa versão foi desmentida porque Bolsonaro, na ocasião, estava na Câmara dos Deputados.

Em nota, o PT informa que cobra do presidente do Supremo, Dias Toffoli, que sejam determinadas busca e apreensão de todo o material apropriado por Bolsonaro e seu filho, com a realização de perícia para que sejam verificadas eventuais alterações nas provas.

Cobra também apuração da prática de crimes dos três bem como a instauração de investigações para avaliar a conduta de promotoras de Justiça do Rio que se apressaram em desqualificar prova documental para afastar a investigação do presidente e de seu filho enquanto ambos se apropriavam das gravações.

O partido alega que pode ter havido a ocorrência de crime de responsabilidade pelo presidente e pelo ministro da Justiça, além de improbidade administrativa tanto de Moro como de Carlos Bolsonaro.

Em entrevista na noite de domingo, Bolsonaro negou qualquer tipo de obstrução de Justiça e disse que não adulterou nada em relação aos dados da entrada do seu condomínio.

A notícia-crime foi apresentada pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e os líderes do partido na Câmara, Paulo Pimenta, e no Senado, Humberto Costa.

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