PT pode abrir mão de disputa eleitoral na cidade de São Paulo
Pela vez primeira em sua história, o PT pode abrir mão de lançar um candidato próprio para as eleições municipais de São Paulo. De acordo com o Estadão, o partido está cogitando apoiar candidaturas de centro-esquerda.
A falta de quadros políticos mais competitivos seria a principal razão para não apresentar um nome. Segundo informações, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o partido a fazer acordos com candidatos de outros grupos que tenham maior chance de vencer, como o PSB, PDT, PSOL e PCdoB.
Um levantamento preliminar feito pelo Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) demostrou que o PT só possui candidatos competitivos em quatro de 27 capitais. A maior possibilidade de vitória está em cidades de porte médio, com 200 mil eleitores.
“Quem estiver pior precisa apoiar o aliado que estiver melhor”, disse Lula a interlocutores que foram visitá-lo em Curitiba, onde cumpre pena.
Em São Paulo, onde o partido governou por três vezes, o cenário é incerto. Entre os nomes cotados, está o apoio ao líder Movimento dos Sem Teto Guilherme Boulos (PSOL) e ao ex-governador Márcio França (PSB).
Na disputa do Governo do Estado, França ficou na frente do atual governador João Doria na cidade de São Paulo. O então candidato recebeu 3.393.092 votos, com 58,10%.
Diferentemente do pleito de 2018, onde recusou o apoio petista, o ex-governador estaria aberto para abraçar uma possível aliança, defendida por pessoas próximas de Lula. Por outro lado, aliados da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disseram preferir o nome de Boulos. A bancada de vereadores e a direção municipal defendem uma candidatura própria.
Os deputados Carlos Zarattini e Paulo Teixeira e o ex-deputado Jilmar Tatto, todos filiados ao partido, também estão no pário para se lançarem. Segundo o presidente municipal do PT de São Paulo, Paulo Fiorilo, a estratégia é ter um candidato próprio.
Três nomes cogitados em São Paulo não têm chances de vitória, segundo avaliação da direção nacional do partido. Lula defendeu a candidatura do ex-ministro Aloizio Mercadante. Porém ele tem dito com clareza que não deseja disputar a Prefeitura.
Outros nomes, como a professora Ana Estela Haddad, mulher do ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad, foram procurados. Ana Estela chegou a se animar com a possibilidade, porém desistiu.
PGR
Diante dos diálogos vazados entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, a procuradora da República, Raquel Dodge, encaminhou nesta sexta-feira (21) uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contrária à anulação do processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a procuradora, não existe embasamento que justifique o pedido de suspeição (ausência de imparcialidade) de Moro, uma vez que a alegação da defesa tem base em fatos sobre os quais há dúvidas jurídicas.
“É que o material publicado pelo site The Intercept Brasil, a que se refere a petição feita pela defesa do paciente, ainda não foi apresentado às autoridades públicas para que sua integridade seja aferida. Diante disso, a sua autenticidade não foi analisada e muito menos confirmada”, destacou a procuradoria em documento.