Política

PT espera para hoje liberdade de Lula e já discute ação política

08 nov 2019, 14:47 - atualizado em 08 nov 2019, 14:53
Lula
“O risco de uma ação mais ostensiva é a divisão que o país se encontra hoje”, disse uma fonte da Reuters (Imagem: REUTERS/Leonardo Benassatto)

A expectativa dentro do PT é de que, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a prisão em segunda instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja libertado ainda nesta sexta-feira, e o partido já discute –e se divide– sobre como deve agir o ex-presidente ao deixar a prisão, onde está há 580 dias.

De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o partido discute se Lula deve partir para uma ação ostensiva de oposição, retomando as caravanas pelo país que fez antes de ser preso, ou deve se concentrar em reorganizar a oposição, fortalecer os governadores e outros líderes e dar a linha do discurso.

“O risco de uma ação mais ostensiva é a divisão que o país se encontra hoje. Qualquer incidente pode alimentar ainda mais essa divisão e ainda dar discurso para esse governo”, disse uma das fontes.

Quem defende uma ação pública mais forte do ex-presidente acredita que Lula precisa liderar uma reação da oposição, e que as caravanas chamariam a população para uma mobilização.

De acordo com a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffman, Lula já teria programado atos públicos ao sair da prisão.

Gleisi Hoffman
De acordo com Gleisi Hoffman Lula já teria programado atos públicos ao sair da prisão(Imagem: Facebook de Gleisi Hoffman)

O primeiro deles será uma visita à vigília que se formou em abril do ano passado em frente ao local onde está preso, a superintendência da Polícia Federal –algo que o ex-presidente já manifestou diversas vezes, em cartas, ao prometer que um dia iria agradecer pessoalmente os militantes.

Se conseguir ser libertado ainda nesta sexta, o ex-presidente deve dormir esta noite em Curitiba por questões operacionais de transporte e segurança, mas no sábado pela manhã seguiria para São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Ainda de acordo com a presidente do partido, Lula iria para o sindicato dos metalúrgicos do ABC “encontrar a militância”.

O ex-presidente ainda nem mesmo teve sua libertação avaliada pela Vara de Execuções Penais e há divergências sobre se ele pode realmente ser libertado ainda nesta sexta. A avaliação dentro do partido é de que a decisão do STF foi pública e o ex-presidente se enquadra perfeitamente na decisão da corte.

“Tem até o final do expediente dela para decidir, não pode manter o réu preso depois disso. Se não podemos usar um mandado de segurança”, disse uma fonte.

Uma outra fonte ouvida pela Reuters, no entanto, lembra o presidente do STF, José Dias Toffoli, afirmou que cada caso seria analisado pelo juiz, então a decisão pode não ser imediata como esperam os petistas.

A defesa do ex-presidente entrou com o pedido de soltura na manhã desta sexta e no início da tarde o advogado Cristiano Zanin foi para a sede da Justiça Federal esperar uma audiência na Vara de Execuções Penais. De acordo com a assessoria do Tribunal, a juíza Carolina Lebbos, que tem sido a responsável pelas decisões no caso de Lula, está de férias. O juiz Danilo Pereira está respondendo pela Vara.

Apesar das incertezas, o partido se prepara para recepcionar Lula em seu primeiro dia de liberdade. As principais lideranças petistas estão a caminho ou já chegaram em Curitiba e desde a noite de quinta-feira caravanas de ônibus se dirigem à cidade e a São Bernardo do Campo para esperar o ex-presidente.

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