Política

PSL teria acabado se Bolsonaro não se filiasse, diz líder do governo

14 out 2019, 17:35 - atualizado em 14 out 2019, 17:35
Major Vitor Hugo
“Era um partido que teria muito provavelmente acabado se não tivesse dado a legenda para o presidente por causa da cláusula de desempenho que foi imposta pela lei”, disse o deputado (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O PSL teria acabado se o presidente Jair Bolsonaro não tivesse se filiado à legenda, pois não teria atingido a cláusula de desempenho na eleição do ano passado, disse nesta segunda-feira o líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), em meio à briga entre o presidente e a cúpula de seu partido.

“Era um partido que teria muito provavelmente acabado se não tivesse dado a legenda para o presidente por causa da cláusula de desempenho que foi imposta pela lei. O presidente teve 57 milhões de votos, havia outros partidos à época que sinalizaram para que o presidente pudesse ir para eles, assim como hoje, diante do que está acontecendo, alguns partidos já começaram a sinalizar para uma possível ida do presidente para esses partidos”, disse o líder a jornalistas em Brasília.

“A equação ainda está muito complexo, faltam muitos dados ainda para serem divulgados para a gente poder deixar de falar em hipóteses e falar em algo mais concreto”, acrescentou.

A crise entre Bolsonaro e seu partido se intensificou na semana passada, depois que o presidente e parlamentares da legenda solicitaram, por meio dos advogados Admar Gonzaga, Karina Kufa e Marcello Dias de Paula, informações sobre as finanças do partido.

Também na semana passada, Kufa e Gonzaga se reuniram com Bolsonaro e disseram a jornalistas que o presidente está desconfortável no partido, depois que Bolsonaro aconselhou um apoiador que esquecesse o partido e afirmou a ele que o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), está “queimado para caramba”.

Bolsonaro e parlamentares do partido ligados a ele discutem uma estratégia para conseguirem se desfiliar da sigla sem perderem seus mandatos no Congresso. Gonzaga defende que a lei da fidelidade partidária prevê a “justa causa” para a desfiliação, como ofensas e falta de transparência. O pedido por informações parece se inserir na estratégia da busca da “justa causa” para a saída do partido.