Internacional

Próximo governo da Colômbia precisa focar em combater grupos criminosos, diz ONU

26 jul 2022, 20:06 - atualizado em 26 jul 2022, 20:06
Gustavo Petro
“A resposta predominantemente militar do governo fracassou em impedir a expansão dos grupos, com a presença limitada de instituições civis exacerbando a situação”, afirmou o Acnudh em nota que acompanha o relatório (Imagem: REUTERS/Luisa Gonzalez)

O próximo governo da Colômbia precisa priorizar o desmonte de grupos armados ilegais e gangues criminosas, afirmou um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) nesta terça-feira, enquanto um aumento da violência devasta as comunidades rurais do país.

A violência na Colômbia caiu de maneira dramática após o acordo de paz de 2016 entre o governo e o grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas os grupos armados ilegais e gangues criminosas expandiram sua presença ao longo dos últimos dois anos, de acordo com o documento.

“A resposta predominantemente militar do governo fracassou em impedir a expansão dos grupos, com a presença limitada de instituições civis exacerbando a situação”, afirmou o Acnudh em nota que acompanha o relatório.

Combater a violência e lidar com a presença de grupos armados devem ser prioridades do presidente-eleito Gustavo Petro, o economista de 62 anos que em 7 de agosto se tornará o primeiro presidente de esquerda do segundo país mais populoso da América do Sul.

O Acnudh afirmou que verificou assassinatos de 100 líderes comunitários na Colômbia em 2021, e recebeu informes de 114 mortes do tipo na primeira metade do ano, das quais verificou 22.

O atual governo, do presidente Ivan Duque, não respondeu imediatamente a pedidos por comentários sobre o relatório.

Além de implementar o acordo de paz de 2016, Petro deve diminuir e desmontar estruturas armadas ilegais, entre elas grupos dissidentes das Farc, que rejeitam o pacto, e gangues de narcotraficantes, além de consolidar também a presença do Estado nas áreas mais afetadas pela violência, recomenda o relatório.