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Protestos afetam economia do Chile e governo rebaixa previsão de crescimento

04 nov 2019, 13:32 - atualizado em 04 nov 2019, 13:32
Manifestantes protestam contra o governo chileno em Santiago
Os tumultos foram desencadeados por um aumento nas tarifas do metrô (Imagem: REUTERS/Henry Romero)

Recém-empossado, o novo ministro das Finanças do Chile, Ignacio Briones, disse nesta segunda-feira que a economia do país provavelmente crescerá entre 2% e 2,2% em 2019, um redução em relação aos 2,6% estimados anteriormente após mais de duas semanas de protestos na nação andina.

“Vemos o crescimento no final do ano recuar de nossa estimativa anterior de 2,6% a uma faixa de 2% a 2,2%”, disse Briones no palácio presidencial La Moneda.

Em uma entrevista concedida mais cedo, Briones disse que nas próximas semanas os indicadores econômicos revelarão o impacto total dos protestos.

Ele afirmou que o índice de atividade econômica Imacec de outubro provavelmente ficará entre 0% e -0,5% devido aos tumultos que o país testemunhou na última quinzena –em setembro, o crescimento foi de 3%.

Briones, nomeado em uma reforma ministerial do presidente Sebastián Piñera na semana passada, disse em uma entrevista ao Canal 13 que só a coleta do Imposto de Valor Agregado caiu um quarto na semana passada.

“No Chile, há um antes e um depois que teremos que computar em tudo”, disse.

O Imacec abarca cerca de 90% da economia calculada com cifras do Produto Interno Bruto (PIB).

Os tumultos foram desencadeados por um aumento nas tarifas do metrô, mas refletiram uma revolta muito maior e já antiga com a incapacidade do governo de alterar o curso econômico do país apesar da desigualdade crescente.

Os distúrbios, incêndios criminosos e protestos contra a desigualdade resultaram em ao menos 18 mortos e sete mil presos, disseram procuradores. Os negócios chilenos perderam mais de 1,4 bilhão de dólares, e o metrô sofreu danos de quase 400 milhões de dólares.

O Chile é um dos países mais ricos da América Latina, mas também está entre os mais desiguais. As frustrações com o custo de vida alto em Santiago se tornaram um motivo de tensão política e provocaram clamores por reformas abrangentes, dos códigos tributário e trabalhista ao sistema previdenciário.