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Protagonismo do agro será retomado assegurando um PIB menos acanhado em 2023

19 fev 2023, 10:22 - atualizado em 19 fev 2023, 12:20
Agronegócio
Safra de soja em no mínimo de 150 milhões de toneladas é um dos pontos do agronegócio que sustentarão o PIB em 2023 (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker PW)

Para qualquer taxa de alta que o Produto Interno Bruto (PIB) está apontando em 2023, o agronegócio deve recuperar seu protagonismo de desempenho perdido nos últimos dois anos, partindo de expansão consensual que só difere no percentual, entre 7,5% a até quase 11%, conforme as fontes.

Em 2022, numa base de vários cálculos já conhecidos do mercado, o recuo esperado gira de 0,2% a 0,3%, enquanto a soma do resto da atividade econômica pode crescer em torno de 2,8% a 2,9%, se pegarmos a última previsão do Banco Central. Em termos de participação, o conjunto da macro atividade agropecuária gira em torno de 27% do PIB.

Dado que se aguarda crescimento de safras importantes (soja, milho, cana e café) e projeções mais significativas de exportações com a China reafirmando que “venceu” a covid, também ao setor agregado se adiciona menor dependência de recursos a taxas de juros livres, o destaque negativo a segurar a riqueza brasileira.

O colchão do Plano Safra e recursos do BNDES, mesmo que sejam restritos novamente diante da demanda, tira um bom pedaço de empréstimos vindo de recursos próprios dos bancos.

As taxas de juros básicas, carregadas desde final de 2022 em 13,75% ao ano, estabelece a restrição de crescimento do PIB para as demais categorias setoriais, ainda influenciado pelo efeito estatístico do último trimestre de 2022, que pode ter cedido até 0,3%, segundo as prévias e estimativas até aqui conhecidas. Só os serviços tiveram um desempenho satisfatório nos últimos meses do ano passado.

A queda de braço do presidente Lula, tentando fazer o Banco Central reduzir, ou conseguindo um aumento na meta de inflação que implique em Selic menor, ainda não entram nas contas e o pessimismo com a situação fiscal não deixa o mercado menos conservador.

O cenário internacional se deparando com desacelerações das economias centrais e a continuidade da guerra na Ucrânia são outros pontos de contenção para o PIB brasileiro.

A média das últimas projeções estão entre mais 0,7% a 0,8%, com a maioria em revisão de baixa na comparação com as últimas. Nesse rol de intervalo, há a do BTG (BPAC11) e do Santander (SANB11), entre outros, além da mediana dos economistas consultados pelo Boletim Focus do último dia 13.

O Santander nomeou o conjunto da agropecuária em mais 7,5%.

Acima desse linha do PIB geral, entre as conceituações mais otimistas está a da XP, elevando-o a 1% de crescimento em 2023, ou até 1,5%, se vingar a estimativa de 7,5% de expansão do agronegócio, como foi divulgado.

Esse teto é praticamente o mesmo que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) modificou em 14 de fevereiro, de 1,6% para 1,4%. Na pesquisa, é o centro que coloca o agronegócio mais lá em cima, avanço de 10,9%.

Enquanto o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) fez o cálculo em 8%.

 

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