Internacional

Prorrogação de empréstimo em Manhattan revela opções de Trump

25 jan 2021, 15:03 - atualizado em 22 jan 2021, 14:53
Nova York
O Investors Bank concordou em prorrogar por um ano até 2021 a hipoteca do condomínio Trump Park Avenue (Imagem: Pixabay)

O recente refinanciamento da hipoteca de um edifício em Manhattan pode revelar como Donald Trump lidará com seus próximos vencimentos de dívidas, mesmo com custo mais elevado.

O Investors Bank concordou em prorrogar por um ano até 2021 a hipoteca do condomínio Trump Park Avenue, que fica na esquina com a Rua 59. A informação consta da última divulgação financeira de Trump, apresentada horas depois que ele deixou a presidência dos EUA.

A taxa de juros no empréstimo aumentou em 0,25 ponto percentual para 3,5%. Este é pelo menos o segundo adiamento do vencimento desde que o empréstimo de US$ 23 milhões foi gerado em 2010, de acordo com os registros. O total agora é estimado em menos de US$ 10 milhões.

Michael Cohen, ex-advogado de Trump, é dono de um apartamento no local. Entre os proprietários está o astro do beisebol Alex Rodriguez. Quando a filha Ivanka Trump e o genro Jared Kushner moravam no edifício, o magnata da mídia Rupert Murdoch e sua então esposa Wendi Deng eram seus vizinhos, disse Deng em 2010.

O condomínio perdeu algum prestígio desde então. Sete das oito unidades colocadas à venda no StreetEasy no ano passado não encontraram comprador.

A maioria foi então oferecida para aluguel. Um apartamento de um quarto no nono andar que foi listado por US$ 2,1 milhões em 2019 poderia ser alugado por US$ 3.600 mensais na semana passada. A Trump Organization ergueu o edifício e ainda possui unidades, que constituem a garantia da hipoteca.

Brian Doran, conselheiro geral da controladora do Investors Bank, não quis comentar.

A Trump Organization tem quase US$ 600 milhões em dívidas estimadas que vencem nos próximos quatro anos, incluindo empréstimos vinculados à Trump Tower, em Nova York, e ao Doral Golf Resort, próximo a Miami, onde as receitas caíram de US$ 77 milhões em 2019 para US$ 44 milhões no ano passado.

O Deutsche Bank, parceiro bancário de longa data de Trump, se recusou a trabalhar com o ex-presidente e outras corporações querem distância da empresa da família. Diante disso, muitos se perguntam se a dívida poderá ser refinanciada com facilidade.

O negócio de Trump não seria nem de longe o único a alterar termos de empréstimos durante a pandemia. Ao longo do ano passado, houve aumento significativo das modificações de hipotecas comerciais, particularmente na cidade de Nova York.

As medidas implementadas para conter a Covid-19 e seus impactos econômicos derrubaram os valores das propriedades, congelaram despejos e execuções hipotecárias e permitiram que milhões de inquilinos suspendessem temporariamente o pagamento de aluguéis.

Mais de 10% de todas as hipotecas comerciais que foram empacotados em títulos solicitaram algum tipo de alívio aos credores durante a pandemia, calcula Manus Clancy, diretor administrativo sênior da provedora de dados Trepp. Em sua maioria, os pedidos vieram de hotéis e varejistas, segundo ele. Proprietários de imóveis residenciais ainda não enfrentaram pressão semelhante.

Representantes da Trump Organization não responderam ao pedido de comentário da reportagem.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar