Proposta de corte da Opep pode levar preço do petróleo a US$ 60 por barril
Uma proposta da Opep para cortes adicionais de produção de até 1 milhão de barris por dia seria suficiente para equilibrar o mercado de petróleo e impulsionar os preços para 60 dólares por barril, disse à Reuters o vice-presidente da petroleira russa Lukoil, Leonid Fedun.
Os comentários do executivo, nos bastidores da apresentação da estratégia de baixo carbono da companhia, sugerem que a Rússia pode estar disposta a aceitar com a proposta da Opep por mais restrições à oferta em meio à epidemia de coronavírus.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e parceiros incluindo a Rússia, um grupo conhecido como Opep+, se reunião em Viena em 5 e 6 de março para discutir medidas adicionais para apoiar o mercado de petróleo devido aos impactos do vírus sobre a demanda.
A Opep inicialmente havia sugerido um corte de 600 mil bpd para levantar os preços, o que se somaria aos cortes atuais de 1,7 milhão de bpd acertados em um pacto que deve ser prorrogado quando expirar, ao final deste mês.
Mas depois a Opep propôs cortes maiores, de 1 milhão de bpd, embora a Rússia ainda tenha que dar sua posição sobre qualquer um dos cortes.
“O coronavírus é um fator de curto prazo que está afetando os preços do petróleo. Haverá uma reunião da Opep (e de não membros), medidas de compensação serão tomadas, isso irá tirar o excesso de petróleo do mercado e o preço vai se recuperar”, disse Fedun.
“Em minha visão, os cortes (conjuntos) de entre 600 mil bpd e 1 milhão de bpd seriam suficientes para equilibrar o mercado, atingido por ‘cisnes negros’ como o coronavírus. Isso é o suficiente para o petróleo se recuperar para 60 dólares por barril”, disse ele à Reuters.
Os preços do petróleo Brent caíram de uma máxima de 71,75 dólares em janeiro para mínima no ano de 48,40 dólares na segunda-feira por preocupações com o impacto do vírus sobre a demanda global.