Proposta da Aneel é negativa e ação da Neoenergia está barata, avalia Credit Suisse
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Diante do novo WACC (Custo Médio Ponderado de Capital, taxa de atratividade mínima para se investir) proposto pela Aneel e da prévia operacional da Neoenergia (NEOE3) no terceiro trimestre, o Credit Suisse publicou relatórios avaliando as perspectivas do setor elétrico.
A Aneel propôs nesta terça-feira (15) novo WACC para as distribuidoras de 7,17%. O valor é “abaixo das expectativas do mercado”, contudo não é “um número final”.
“A proposta pode implicar impacto inicial negativo para as companhias com exposição a este segmento, como Equatorial (EQTL3), Energisa (ENGI11) e Neoenergia”, avalia a analista Carolina Carneiro. Por outro lado, a proposta de WACC pode ser melhorada, segundo o Credit Suisse.
Desconto
Em relação aos números operacionais da Neoenergia, os volumes foram dentro do esperado. “Os resultados da empresa devem ser ajudados pelo aumento das tarifas (após as revisões) e pelo bom gerenciamento de custo”, apontam os analistas Luis Lima e Carolina Carneiro.
Para o Credit Suisse, a ação é negociada atualmente com desconto em relação aos pares, pela projeção de múltiplo EV/RAB (Valor de Mercado sobre Base de Ativos Regulatórios) prevista para 2020 de 1,7 vez contra 2,1 vezes para os concorrentes.
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Além disso, os resultados da companhia devem ser beneficiados por uma melhora do cenário macroeconômico e de maior eficiência no controle de custos, conforme o banco.
A recomendação para as ações é outperform (desempenho acima da média do mercado) com preço-alvo de R$ 24,27. Caso se materializem as projeções, o papel poderá subir 16,2%.