Promoções e cerveja Beck’s: as armas da Ambev para disputar o retorno ao bar com a Heineken
Com o ritmo de vacinação acelerando e a economia de volta aos eixos, o mercado cervejeiro aquece as máquinas para capturar o consumidor que bebe cervejas em bares e restaurantes. E a concorrência será grande: Heineken e Petrópolis prometem disputa acirrada com a Ambev (ABEV3).
Segundo o Bank of America, em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times, a Ambev deverá apostar nas promoções para levar a melhor nessa corrida.
“Para apoiar a reativação, vimos a AmBev sendo bastante promocional ao longo do segundo trimestre, principalmente em abril e maio”, aponta.
Por outro lado, o banco lembra que apesar da Heineken ter mantido os preços inalterados, a disponibilidade de produtos da fabricante holandesa aumentou.
Para o segundo trimestre, o Bank of America espera que o mix de volume e preços da Ambev sejam fortes, impulsionados pela reabertura. Porém, o banco prevê que a demanda pré-pandemia só volte mesmo em 2022.
Lançamento de novos produtos
O BofA vê a cerveja Beck’s como concorrente direto da Heineken e os dados mostram que a marca tem poder de incomodá-la: a taxa de penetração da cerveja entre os varejistas cresceu de 15% em dezembro de 2020 para quase 40% em junho.
“A empresa já sinalizou a possibilidade de estender essa linha de produtos para os bares e restaurantes, o que deve ajudar no mix de produtos”, completou.
Mas Heineken não deixa barato
Segundo o BofA, pelo segundo trimestre consecutivo, a Amstel, que pertence a Heineken, aumentou a sua presença nos bares e restaurantes, atingindo 550 pontos de venda dos 5 mil pesquisados, 10% de penetração, enquanto a marca Heineken teve uma taxa de penetração de 43%.
“A Amstel é uma ameaça principalmente para a Budweiser, pois é mais barata do que a Bud”, diz.
Além disso, a Heineken é o melhor player da categoria de restaurantes e bares, estando presente em mais de 40% dos pontos de venda.
Custos mais altos devem pressionar os preços
Mesmo com a valorização do real no segundo trimestre, o índice de custos continua com tendência de alta para as cervejarias, com crescimento de 22% desde o início do ano.
“Esse aumento de custo deve ocorrer apenas em 2022, uma vez que a AmBev faz hedge um ano à frente, e pode ser menor do que em apresentações mais lucrativas, mas não o suficiente para evitar a contração das margens”, argumenta.