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Projetos high tech: conheça as 3 novas vias de crescimento da Embraer

19 set 2021, 10:31 - atualizado em 19 set 2021, 10:31
Eve Urban Air Mobility (Eve)
A Eve, primeira empresa independente formada a partir da EmbraerX, fechou uma série de parcerias para dar início ao desenvolvimento de produtos e serviços de mobilidade aérea urbana (UAM) em diversas partes do mundo (Imagem: Reprodução/Embraer)

A Embraer (ERJ) tem se mostrado bem-sucedida em seu objetivo de crescer explorando outros mercados. O BTG Pactual (BPAC11) destacou a capacidade “top de linha” da companhia para desenvolver e fabricar novos produtos. Segundo o banco, a empresa de aviação conta atualmente com três importantes projetos que têm tudo para se tornar novas avenidas de crescimento.

O primeiro projeto é o eVTOL (veículo elétrico de pouso e decolagem vertical). A Eve, primeira empresa independente formada a partir da EmbraerX, fechou uma série de parcerias para dar início ao desenvolvimento de produtos e serviços de mobilidade aérea urbana (UAM) em diversas partes do mundo.

Segundo o BTG, em eVTOL, a Embraer possui uma posição mais forte que as startups, dado o seu histórico de sucesso em desenvolver e certificar novos produtos. Tendo em vista o tamanho do mercado endereçável, o banco acredita que a companhia tem em mãos uma oportunidade muito grande.

A expectativa é de que os primeiros teste ocorram até 2025-26.

O segundo grande projeto da Embraer é o segmento de turboélice. A fabricante de aeronaves continua estudando novas parcerias e enxerga grandes sinergias com seu portfólio atual de jatos.

“A indústria de turboélice pode ter uma vantagem na transição ao SAF (Sustainable Aviation Fuel, ou Combustível de Aviação Sustentável traduzido para o português), aumentando seu apelo estratégico para a Embraer”, destacaram os analistas do BTG Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil, em relatório divulgado na quinta-feira.

O terceiro e último mercado com alto potencial de crescimento é a área de cibersegurança. O BTG destacou que a recente aquisição da Tempest indica a confiança da Embraer nessa indústria que vem crescendo em nível global.

“Como um player local, a Embraer está bem posicionada para expandir conforme essa indústria amadurece no Brasil”, afirmaram os analistas.

Demanda em recuperação

O mercado de jatos executivos começou a engatar durante a pandemia de Covid (Imagem: Divulgação/Embraer)

A conversa com o time de RI da Embraer reforçou a visão construtiva do BTG sobre a companhia.

A empresa não só está se preparando para entrar em mercados com grande potencial de crescimento no futuro, como também parece se recuperar bem do baque que sentiu no último ano.

A demanda tem registrado melhorias significativas, sustentada pela recuperação estável do segmento de aviação comercial. Já o segmento de aviação executiva manteve sua performance resiliente, que pode ser explicada pela mudança nos hábitos dos consumidores mais temerosos em viajar de classe econômica durante a pandemia de Covid-19.

“Após andar praticamente de lado desde a crise de 2008, o mercado de jatos executivos começou a engatar durante a Covid, reflexo do desejo de clientes com maior poder aquisitivo de evitar a classe econômica na pandemia, desencadeando uma mudança de consumo bastante aguardada na indústria”, comentaram Marquiori, Recchia e Gil.

O BTG manteve a recomendação de compra para a ADR (American Depositary Receipts, em inglês) da Embraer, com preço-alvo de US$ 20 para os próximos 12 meses.