Infraestrutura

Projetos de concessão de infraestrutura terão taxas de retorno maiores, diz ministro

21 maio 2020, 17:36 - atualizado em 21 maio 2020, 17:37
Tarcísio Freitas Ministério da Infraestrutura
O ministro participou de transmissão do BNDES pela internet sobre projetos de concessão do governo federal (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Os projetos de concessão de infraestrutura sendo gestados pelo governo federal vão oferecer taxas de retorno maiores que em rodadas anteriores, aproveitando momento em que juros no mundo todo estão em mínimas históricas e investidores seguem em busca de fontes mais rentáveis para seus recursos, disse nesta quinta-feira o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

O ministro participou de transmissão do BNDES pela internet sobre projetos de concessão do governo federal que incluem um pacote de mais de 7 mil quilômetros de rodovias, milhares de quilômetros de ferrovias, além de aeroportos e portos que incluem o maior da América Latina, em Santos (SP).

“Trabalharemos com uma taxa de retorno maior. O mundo está encolhendo, mas a liquidez está aí e os investidores estão esperando por bons projetos”, disse Freitas. “Ofereceremos taxas de retorno de 9%, 10%, 11% ao ano real”, acrescentou.

Segundo Freitas, que tem sido figura frequente de transmissões pela internet sobre infraestrutura e projetos de concessão nos últimos meses, o primeiro teste do apetite dos investidores pelo pacote de concessões brasileiro deverá ocorrer em agosto, com o leilão de dois terminais de celulose em Santos.

Ele afirmou que o governo deverá assinar na próxima semana a renovação antecipada da concessão da ferrovia Malha Paulista operada pela Rumo, após o processo ter sido aprovado na véspera pelo Tribunal de Contas da União. O projeto prevê a ampliação da capacidade de 35 milhões de toneladas por ano para 70 milhões de toneladas em cinco anos, com possibilidade de atingir 105 milhões após isso.

Presente na transmissão, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que o banco quer servir como um agente facilitador da ação de instituições multilaterais de crédito e que “não faltarão recursos em reais de longo prazo”, apesar dos esforços do banco para amenizar os impactos econômicos da epidemia de Covid-19.

Gustavo Montezano afirmou que o banco quer servir como um agente facilitador da ação de instituições multilaterais de crédito (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Segundo Montezano, o banco está preparando um produto de financiamento com garantia voltado aos projetos de concessão. Ele não deu detalhes. O presidente do BNDES aproveitou ainda para afastar preocupações com o tamanho do programa brasileiro de concessões de infraestrutura, que segue projetando receber investimentos do setor privado da ordem de 230 bilhões a 250 bilhões de reais nos próximos anos.

“Ao contrário, quanto maior o programa, mais diversificado ele for, melhor é para o investidor atuar em infraestrutura no Brasil. O desafio global é de fazer cheques grandes, quanto mais robusto for o conjunto de projetos, mais positivo é para o investidor se mobilizar e entender o país”, disse Montezano. “Não estaríamos fazendo isso se não houvesse apetite do mercado”, complementou Freitas.

No calendário dos principais projetos do governo estão os leilões de rodovias, que devem ocorrer no segundo trimestre de 2022, disse Fabio Abrahão, diretor de Infraestrutura do BNDES. Ele comentou ainda que o leilão da companhia operadora do porto de Vitória, Codesa, deve ocorrer no quarto trimestre de 2021 e que o de Santos tem expectativa do certame ocorrendo no segundo trimestre de 2022.