Projetos cripto apresentam soluções para quem deseja reduzir emissões de carbono
Há uma crescente conscientização em todo o mundo que reconhece a necessidade de solucionar o desafio climático.
Sem soluções simples, será um esforço em conjunto de governos, empresas e pessoas na redução de emissões de carbono em todos os setores.
Esta semana, o governo da Nova Zelândia declarou uma crise climática, em que a primeira-ministra Jacinda Ardern afirmou que a mudança climática é “um dos maiores desafios de nossa época” e prometendo um governo neutro em carbono até 2025.
Segundo o Banco Mundial, em 2020, a humanidade compensa apenas 22% das emissões globais por meio da aquisição de créditos de carbono e, ainda assim, a proporção de países que operam mercados de carbono regulamentados aumentou de 40% do PIB global em 2016 para 70% em 2020.
O resultado é que a nova demanda poderá, em breve, ultrapassar a produção de novos créditos de carbono.
ClimateTrade na rede Algorand
ClimateTrade, o mercado blockchain para a redução de gás carbônico, escolheu a rede blockchain Algorand como sua camada de infraestrutura principal.
ClimateTrade arrecadou € 1 milhão em uma rodada “seed” (para impulsionar seu crescimento) liderada pelo Borderless Capital. Os fundos irão impulsionar o plano estratégico e os objetivos de expansão da empresa.
Sediada na Espanha, a missão da ClimateTrade é ajudar empresas a atingirem seus objetivos de sustentabilidade para, no futuro, obterem neutralidade de carbono ao oferecer a eles serviços de redução de emissão de carbono e a capacidade de financiar projetos climáticos.
ClimateTrade acabou de lançar uma interface de programação de aplicações (API) que permite que usuários adquiram produtos e serviços neutros em carbono de diferentes empresas no mercado blockchain.
Usuários do ClimateTrade têm acesso a um mercado onde podem diretamente reduzir sua emissão de carbono ao selecionar créditos de carbono, junto com um registro de todas as suas transações em um painel privado.
Usuários do ClimateTrade incluem corporações como Iberia, Melià Hotels, Cabify e Telefónica. Os benefícios de usar uma solução baseada em blockchain são a transparência, o acesso e a rastreabilidade.
W. Sean Ford, diretor operacional da Algorand, afirma que a utilização da Algorand pela ClimateTrade, para apoiar um mercado global para a redução de carbono, representa uma mudança em como organizações podem atingir a neutralidade em carbono.
“Ao tornar a redução de carbono mais acessível e eficiente, ClimateTrade está pronta para ter um impacto positivo por meio de sua rede, tudo via blockchain.”
Borderless Capital investe capital e cria produtos financeiros para acelerar a adesão da economia sem fronteiras da Algorand. A arrecadação de fundos do Borderless Capital para a ClimateTrade permitirá que a empresa acesse novos mercados nos Estados Unidos.
Agora, ClimateTrade planeja abrir um escritório no Vale do Silício para fornecer suas soluções a empresas americanas que buscam reduzir suas emissões de carbono.
O token Universal Carbon
Esta semana, a Universal Protocol Alliance (UPA), uma coalisão de empresas blockchain — Bittrex Global, Certik, Infinigold e Uphold, lançaram Universal Carbon (UPCO2), um token negociável de carbono que pode ser comprado como um investimento ou queimado para compensar a emissão carbônica de alguém.
A visão da UPA é a de que cada classe de ativos será digitizada e tokenizada. A aliança de empresas blockchain está desenvolvendo uma plataforma de tokenização para esse fim.
Conforme cresce a demanda global por créditos de carbono, soluções como ClimateTrade e o token UPCO2 fornecerão acesso a essa nova classe de ativos. No futuro, isso poderá resultar na criação de um preço global de compensação para carbono (assim como o de commodities, como petróleo e ouro).
Cada token UPCO2 representa uma tonelada por ano de poluição de carbono, creditada por um certificado de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+), projeto que evita a destruição e degradação de florestas tropicais.
Cada token é lastreado por uma Unidade Voluntária de Carbono (VCU), um certificado digital emitido pela Verra, agência de padrões internacionais, que permite que projetos certificados convertam suas reduções de gás de efeito estufa (GHG) em créditos negociáveis de carbono.
“Os projetos que apoiam por meio da aquisição de créditos de carbono evitam o desmatamento na Amazônia, na Bacia do Congo e Indonésia, bem como em outras florestas tropicais ameaçadas”, segundo Matthew Le Merle, presidente da UPA.
“Para uma nova geração de investidores que desejem mais do que um mero retorno financeiro, UPCO2 fornece benefícios sociais, econômicos e ambientais. Em um momento essencial da mudança climática, UPCO2 permite que pessoas em todo o mundo façam o bem pelo planeta.”