Projeto de privatização dos Correios prevê União como garantidora de entregas postais
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O projeto de lei sobre a privatização dos Correios prevê que a União mantenha a obrigatoriedade de garantir a universalidade do serviço de entregas postais, seja por meio de uma estatal ou de contratos de concessão, informou nesta quarta-feira o Ministério das Comunicações.
O projeto de lei foi entregue pelo ministro das Comunicações, Fabio Faria, à Subsecretaria de Assuntos Jurídicos do governo.
A proposta de privatização da estatal deve ser encaminhada ao Congresso até o final do ano. De acordo com Faria, o processo de privatização deve acontecer em 2021.
“Acabamos de entregar agora o projeto do PL dos Correios. Depois da SAJ ele vai para Casa Civil para depois ser enviado para o Congresso Nacional. É o que cabia ao Ministério das Comunicações e foi feito. Esse projeto que vai dar condições de entrar no processo de privatização para o ano de 2021”, disse Faria.
De acordo com o ministro, o PL preparado pelo ministério trata de princípios, já que as regras mais específicas serão preparadas pelo Congresso.
Informações repassadas pelo ministério informam que entre as diretrizes estabelecidas pelo PL estão a obrigatoriedade, por parte da União, de garantia da prestação do Serviço Postal Universal por meio de empresa estatal, celebração de contratos de concessão comum, ou celebração de contratos de concessão patrocinada.
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“A parte da universalização está mantida. Ninguém vai deixar de receber (cartas ou encomendas) em qualquer lugar do Brasil“, disse o ministro.
Faria lembrou ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou uma consultoria para estudos da modelagem de negócio, o que deve ficar pronta em 120 dias e ser entregue também ao Congresso, para também ajudar a embasar os parâmetros da privatização.
Entre as medidas previstas no PL está a criação de uma Agência Nacional de Comunicações, no lugar da atual Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que passará a regular também os serviços postais.
“O projeto de Lei permite que os serviços prestados no âmbito do Sistema Nacional de Serviços Postais sejam explorados em regime privado, respeitando, porém, a Constituição Federal em seu artigo 21, que estabelece à União manter o serviço postal, o que será delegado ao Operador Postal Designado no decorrer do processo de privatização dos Correios”, informou o ministério em nota.