Projeto Amazônia sustentável, apoiado por bancões, só funcionará com floresta em pé
O que a Natura (NTCO3) e as eleições presidenciais de 2022 têm, direta e indiretamente, a ver com o futuro do desenvolvimento dos povos amazônicos?
Vale dizer que para o Infloresta virar cases reais, dependerá da manutenção da floresta e fixação da população nas comunidades, sem a pressão atual dos madeireiros, mineradores e pecuaristas, obra que somente dará certo com apoio do governo federal.
Do outro lado, o projeto, apoiado pelos bancos Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC3) e Santander (SANB11), também poderá ter o espelho da companhia de cosméticos como fonte inspiradora pelo sucesso em gerar riqueza para si e para os amazônicos que produzem e coletam insumos naturais para seus produtos.
O Infloresta é um projeto que estudará como fortalecer negócios sustentáveis na Bacia Amazônica, que já tem um primeiro diagnóstico do potencial exportador de alguns artigos que já possuem certa base empresarial em comunhão com a floresta ainda intocada.
Cacau, dendê, mel, pimenta do reino e castanha-do-pará poderiam render US$ 2,3 bilhões por ano, se fossem multiplicados.
O trabalho está sendo conduzido sob coordenação de Salo Coslovsky, professor da Universidade de Nova York, e um pool de pesquisadores brasileiros (de Belém) e organismos como Amazônia 2030, Instituto Arapyaú, Instituto Humanize e Kawa Capital Management.
Os produtos em estudos, além de outros resultados concretos que podem servir de exemplo – como a exploração e o manejo adequado que várias dezenas de produtores fazem para a Natura -, são exemplos de produção em comunhão com o espírito conservacionista.
Em 2021, dentro do Amazônia 2030, Coslovsky já acentuava que a região enfrenta desafios e condições sociais, políticas e econômicas semelhantes aos principais países mundiais que mais detêm participação no comércio mundial de produtos sustentáveis. Vietnã tem 43% do comércio de pimenta do reino e a Bolívia mais de 50% da castanha-do-pará (ou castanha-do-brasil).
A Amazônia brasileira apenas 7% e 5%, respectivamente.
O que chama a atenção nas menções do coordenador do Infloresta é que empresas e comunidades têm capacidade de crescer nesse conceito de desenvolvimento integrado, “antes mesmo que os problemas estruturais da região sejam plenamente resolvidos”.
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