Programa de produtividade da Eletropaulo dá resultados acima do esperado
O programa de produtividade lançado pela AES Eletropaulo no início do ano começa a dar seus primeiros frutos, como pode ser observado nos números do segundo trimestre, divulgados na noite de segunda-feira, 7. A companhia reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 262,2 milhões, um aumento de 37,5% comparado ao mesmo período do ano anterior.
Conforme destacou a distribuidora, os custos operacionais foram reduzidos em R$ 77 milhões, acima da projeção de R$ 70 milhões para o trimestre. No total, os custos e despesas operacionais da empresa, excluindo depreciação e custo de construção, totalizaram R$ 2,489 bilhões entre abril e maio, o que corresponde a um aumento de 2,5% em relação a mesma etapa do ano passado.
Mas enquanto os custos da Parcela A – formada por compra de energia e encargos de uso da rede – subiram 5,9%, para R$ 1,905 bilhão, os custos gerenciáveis de Pessoal, Materiais, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO) recuaram 7,4%, para R$ 583,9 milhões. Vale salientar, ainda, a redução de 50,4% na Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD), para R$ 45,7 milhões, e na diminuição nas linhas de multas e contingências, da ordem de 27,3% e 73,8%, respectivamente.
Essas frentes de atuação também fazem parte do programa que vem sendo desenvolvido pela companhia para melhorar sua eficiência. Por meio de seu programa de combate às perdas, a companhia conseguiu acrescentar ao mercado faturado 206 GWh de energia, ante os 159,8 GWh adicionados no segundo trimestre do ano passado, o que contribuiu com aproximadamente R$ 79 milhões no resultado da companhia. Apesar disso, a campanha não colaborou na melhoria do indicador de perdas – taxa obtida por meio da divisão da diferença entre a energia medida na fronteira da distribuidora e a energia faturada dos clientes.
As perdas totais apuradas nos últimos 12 meses foram de 9,64%, queda de 0,1 ponto porcentual em relação ao reportado um ano antes, sendo que as perdas técnicas recuaram de 5,5% para 5,21%, enquanto as não técnicas (fraudes) subiram de 4,2% para e 4,43%.
A Eletropaulo explica que essas perdas decorrem do aumento tarifário de 2015 e do cenário econômico que o País enfrenta. Já na linha de redução das multas, a companhia vem buscando melhorar seus indicadores de qualidade de forma a atingir os níveis regulatórios e evitar penalidades. O DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) acumulado dos últimos 12 meses apresentou uma queda de 33% segundo trimestre em relação ao anotado um ano antes, para 14,12 horas, já o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) recuou 5% na mesma comparação.
Endividamento
Do ponto de vista financeiro, porém, AES Eletropaulo piorou suas métricas em relação ao primeiro trimestre, embora tenha melhorado o desempenho na comparação com o segundo trimestre do ano passado. Seu endividamento líquido estava em R$ 3,65 bilhões, acima dos R$ 3,34 bilhões do primeiro trimestre e abaixo dos R$ 3,7 bilhões anotados um ano antes. A alavancagem ficou em 2,91 vezes dívida líquida/Ebitda ajustado, acima dos 2,87 vezes de março e abaixo dos 3,02x de junho de 2016. O limite previsto nos covenants da companhia é de 3,5 vezes.
(Por Luciana Collet)