Produtores de soja planejam importar diretamente Diquat com atraso em entregas de Syngenta
A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) solicitou ao Ministério da Agricultura autorização para importar diretamente Diquat, um herbicida usado principalmente como dessecante para auxiliar na colheita, alegando falta do produto quando os agricultores mais precisam, de acordo com comunicado nesta terça-feira.
Os produtores de soja do Brasil colheram menos de 2% de sua safra de soja de 2022, e janeiro é um mês chave para o trabalho de colheita em grandes produtores como o Estado de Mato Grosso.
A Aprosoja disse que os pedidos de Diquat não estão sendo atendidos pela Syngenta, que é detentora do registro do produto no Brasil.
Procurado, o ministério não comentou imediatamente as informações.
“A grande demanda pelo Diquat não tem sido atendida pela indústria”, disse a Aprosoja, que representa cerca de 400 mil produtores de soja e milho, no comunicado. A associação disse ainda que a Syngenta emitiu uma nota no dia 23 de dezembro dizendo que não havia quantidade suficiente do produto disponível no mercado para atender à demanda dos agricultores.
Um porta-voz baseado no Brasil para a Syngenta, que é de propriedade da ChemChina, também não comentou imediatamente sobre seus pedidos de Diquat. A Aprosoja disse que a empresa não conseguiu entregar o produto que já foi vendido, preocupando os agricultores.
De acordo com a Aprosoja, o problema surgiu depois que Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso e comercialização do herbicida Paraquat no país em setembro de 2020. A falta do substituto Diquat fez com que o preço do dessecante mais que triplicasse em relação à safra passada, acrescentou.
A decisão obrigou os agricultores a procurarem herbicidas semelhantes, embora apenas o Diquat tenha a mesma função e a mesma qualidade, disse Aprosoja.