Produtor de arroz começa o ano bem e termina melhor, de preços a safra nova
Os arrozeiros têm pouco a reclamar este ano. Começou bem e termina melhor. Os preços do arroz foram remuneradores e a safra nova está com tudo para ser boa novamente.
Agora, calmaria nos negócios. As indústrias estão compradas e o varejo também, só devendo voltar a fazer pedidos em janeiro.
E os preços ao consumidor, que explodiram entre setembro e outubro, também se acomodaram, ao contrário dos do feijão, que está com vazio de oferta.
Do dólar sempre acima dos R$ 5, que impulsionou as exportações – 2020 deve fechar em 1,7 milhão de toneladas, contra previsão inicial de 1,1 milhão – e um consumo interno incrementado pelo isolamento sem a concorrência dos restaurantes, se extraem os ganhos ao longo da temporada.
A Federarroz, que reúne os produtores gaúchos, os principais do Brasil, atribui ainda à menor área plantada, menor apetite de grandes exportadores (China, Índia e Tailândia), que direcionaram mais o produto internamente, e os fornecedores do Mercosul (Paraguai e Argentina) desviando embarques que viriam para cá com a paridade cambial desfavorável.
Depois de várias safras com custos de produção acima dos preços, o orizicultor conseguiu lucros e, em alguns casos, recuperou parte das perdas acumuladas, diz a entidade.
Negócios a R$ 85 a R$ 95 a saca, preços firmemente recuados sobre o pico de outubro, mas também não tem demanda das indústrias, tranquilas neste momento, informa o analista Vlamir Brandalizze.
E, agora, a safra nova está indo bem, com as lavouras praticamente 100% plantadas, e sob um regime de chuvas que propicia bom desenvolvimento, acrescenta ele.
A Federarroz acredita que 2021 pode ser de empate ou ligeira queda de preços, mas pelo menos no início do ano o recuo está garantido.
Além da oferta gaúcha entrando, sem o apelo das restrições iguais ao auge da pandemia, tem também o arroz tocantinense. Brandalizze acredita em boa safra do cereal irrigado, que neste ciclo cresceu para 117 mil hectares.