Produção sacrificada do hidratado faz preços saltarem e deve seguir sacrificando o consumo
O cenário está armado para o etanol hidratado perder mais atratividade para o consumidor. Completou acima de 9% de alta desde final de julho, na porta da indústria, e saltou mais 2,22% no bolso do consumidor na última semana.
Na variação de segunda a sexta, saiu da usina com oferta de mais 1,35%, e o litro a R$ 3,1806 (livre), confirmando o que traders adiantaram a Money Times antes de ser conhecidos os números do Cepea, reputando o cenário de quatro semanas seguidas de alta à sacrificada produção à reboque da quebra da safra de cana.
Posto na bomba, ficou praticamente em R$ 4,50, pelo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
O consumo deverá apresentar um novo repique de queda, na primeira quinzena do mês, seguindo a pressão vista pela Unica em julho, quando se apurou vendas domésticas no mercado interno em 1,44 bilhão de litros, redução de 11,68%.
Embora em julho tenha caído também a produção de açúcar, ainda é a prioridade das empresas, diante dos ganhos elevados nas exportações cotadas em máximas nos últimos temos em Nova York, além da forte produção do anidro, que segue o consumo em alta da gasolina, apesar de também estar mais cara nos postos.
Depois do último aumento da Petrobras (PETR4), de 3,5%, a ANP registrou três semanas seguidas de valorização nos postos, sendo que nesta última subiu 1,53%, ficando em torno de R$ 6 o litro.
Mas, segunda (23), o petróleo vai abrir os negócios em Londres a R$ 64,75, depois de vários recuos seguidos, e faz pressão sobre a Petrobras para redução de preços da gasolina nas refinarias, apesar do dólar ainda em torno dos R$ 5,40.
Se se consolidar ambos fatores, aumentará a pressão sobre o etanol hidratado em relação ao alargamento da perda de competitividade.