Produção industrial no Brasil frustra expectativas e fica estagnada em janeiro

A produção da indústria no Brasil frustrou as expectativas e ficou estagnada em janeiro, iniciando um ano em que a expectativa é de que o setor sofra desaceleração em meio a condições mais restritivas.
A variação nula de janeiro na comparação com dezembro interrompeu três meses de taxas negativas, mas ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de um aumento de 0,5% nessa base de comparação.
Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 1,4% na produção, contra expectativa de 2,3%.
Em 2024, a indústria apresentou crescimento de 3,3%, de acordo com os números do Produto Interno Bruto divulgados neste mês pelo IBGE. Segundo analistas, a perspectiva agora é de que o setor sofra uma desaceleração gradual ao longo deste ano.
Pesam sobre a produção os juros elevados por período prolongado, o que pode restringir os investimentos, bem como a taxa de câmbio e a inflação elevada.
O Banco Central já elevou a taxa básica de juros Selic a 13,25% ao ano, com efeitos que devem ser sentidos ao longo de 2025. A autoridade monetária volta a se reunir em 18 e 19 de março, e já indicou novo aumento de 1 ponto percentual.
Os dados da pesquisa sobre a indústria mostraram que em janeiro 18 dos 25 ramos pesquisados mostraram avanço na produção, com destaque para máquinas e equipamentos (6,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%).
André Macedo, gerente da pesquisa, ressalta que essas atividades tiveram comportamento negativo no final de 2024 em meio a férias coletivas no período.
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“Há um movimento de maior dinamismo para a produção de janeiro de 2025 por conta dessa volta à produção e que elimina a perda registrada em dezembro de 2024”, explicou.
Na outra ponta, a queda de 2,4% na produção das indústrias extrativas exerceu o maior impacto negativo em janeiro, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento, influenciada segunda o IBGE pelos seus dois principais itens: petróleo e minérios de ferro.
Também pesaram os desempenhos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%); de celulose, papel e produtos de papel (-3,2%); e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%).
Entre as grandes categorias econômicas, a fabricação de Bens Intermediários teve queda de 1,4%, enquanto a de Bens de Capital aumentou 4,5% e a de Bens de Consumo subiu 3,6% em janeiro sobre o mês anterior.