Economia

Produção industrial no Brasil cai 0,2% em novembro, diz IBGE

06 jan 2022, 9:12 - atualizado em 06 jan 2022, 9:41
Indústria
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 4,4% (Imagem: CNI)

A produção industrial brasileira manteve a fraqueza na metade do quarto trimestre ao registrar recuo inesperado em novembro, ainda sem conseguir reagir depois das perdas provocadas pelo coronavírus e se afastando cada vez mais do patamar pré-pandemia.

A produção industrial brasileira registrou queda de 0,2% em novembro na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 4,4% contra projeção de queda de 4,2%. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,1% na variação mensal e de queda de 4,2% na base anual.

O setor industrial brasileiro ainda busca se recuperar dos problemas causados pela pandemia de Covid-19, enfrentando um ano marcado por disrupções na cadeia de oferta global e falta de matéria-prima.

A inflação e o desemprego elevados em um ambiente de taxas de juros altas também pesam sobre o cenário.

“O setor industrial ainda sente muitas dificuldades, encontrando-se atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

“Além disso, a indústria sofre com os juros em alta e a demanda em baixa, impactada pela inflação elevada e a precarização das condições de emprego, já que com o rendimento mais baixo, o trabalhador consome menos”, completou.

No mês de novembro, apesar do resultado negativo, entre as grandes categorias econômicas somente Bens de Capital teve perdas, de 3,0% sobre outubro, eliminando o avanço de 1,8% visto em outubro.

A produção de Bens Intermediários ficou estável, assim como a de Bens de Consumo Semiduráveis e não Duráveis – elas respondem por 80% da média da indústria, de acordo com o IBGE.

O único crescimento aconteceu na produção de Bens de Consumo Duráveis, de 0,5%, após dez meses consecutivos de queda.

Entre as atividades, as principais influências negativas vieram dos produtos de borracha e de material plástico (-4,8%) e metalurgia (-3,0%).