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Produção industrial cai 0,2% em maio e acumula baixa de 0,7% no ano

02 jul 2019, 9:37 - atualizado em 02 jul 2019, 9:48
Em maio de 2019, a produção industrial nacional caiu 0,2% frente a abril (série com ajuste sazonal), eliminando parte do acréscimo de 0,3% do mês anterior

Por Arena do Pavini

Em maio de 2019, a produção industrial nacional caiu 0,2% frente a abril (série com ajuste sazonal), eliminando parte do acréscimo de 0,3% do mês anterior.

No confronto com maio de 2018 (série sem ajuste sazonal), a indústria cresceu 7,1%, após registrar quedas em março (-6,2%) e abril (-3,9%). Assim, o setor industrial acumulou perda de 0,7% nos cinco primeiros meses de 2019. O acumulado dos últimos 12 meses, ao passar de -1,1% em abril para 0,0% em maio, interrompeu a trajetória descendente iniciada em julho de 2018 (3,3%).

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18 dos 26 ramos caíram, liderados por veículos

No decréscimo de 0,2% da atividade industrial na passagem de abril para maio de 2019, 18 dos 26 ramos pesquisados tiveram taxas negativas, com destaque para o recuo de 2,4% em veículos automotores, reboques e carrocerias, que devolveram parte do avanço de 6,4% de abril.

Outras contribuições negativas relevantes vieram de bebidas (-3,5%), couro, artigos para viagem e calçados (-7,1%), outros produtos químicos (-2,0%), produtos de metal (-2,3%), produtos de minerais não-metálicos (-2,1%) e produtos diversos (-5,8%), com todos revertendo o comportamento positivo do mês anterior: 3,5%, 5,8%, 4,5%, 1,4%, 0,5% e 3,6%, respectivamente.

Indústria extrativa tem maior avanço com petróleo

Entre os oito ramos com altas, o desempenho de maior importância foi registrado por indústrias extrativas, que avançou 9,2% e eliminou parte do recuo de 25,6% acumulado nos quatro primeiros meses de 2019.

Petróleo interrompeu dois meses consecutivos de queda 

Destaca-se ainda o impacto positivo do setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%), que interrompeu dois meses consecutivos de queda e acumulou perda de 4,9%.

Queda em bens de consumo e e alta em intermediários

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não-duráveis (-1,6%) e bens de consumo duráveis (-1,4%) tiveram taxas negativas, com ambas eliminando parte do avanço no mês anterior: 2,8% e 3,3%, respectivamente.

Já os setores de bens intermediários (1,3%) e de bens de capital (0,5%) tiveram resultados positivos, com o primeiro interrompendo quatro meses consecutivos de queda, período em que acumulou recuo de 4,4%; e o segundo completando o quarto mês seguido de expansão e acumulando ganho de 10,0% nesse período.

Média móvel trimestral caiu 0,4%

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral caiu 0,4% no trimestre encerrado em maio, e manteve a trajetória descendente iniciada em agosto de 2018.

Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários, ao recuarem 0,7%, tiveram a quarta queda consecutiva, acumulando redução de 3,3%.

Já os setores produtores de bens de capital (1,4%), de bens de consumo duráveis (0,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,1%) tiveram avanços, com o primeiro crescendo pelo terceiro mês seguido e registrando expansão de 5,8% nesse período; o segundo marcando o quarto mês consecutivo de crescimento e acumulando ganho de 4,8%; e o último mantendo a trajetória predominantemente ascendente iniciada em janeiro de 2019.

Produção industrial cresce 7,1% em relação a maio de 2018

Na comparação com maio de 2018, o setor industrial cresceu 7,1%, com resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 66 dos 79 grupos e 68,0% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que maio de 2019 (22 dias) teve um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (21).

Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (37,1%) e produtos alimentícios (16,2%) exerceram as maiores influências positivas na média da indústria.

Outras contribuições positivas relevantes vieram de bebidas (23,9%), máquinas e equipamentos (14,5%), produtos de minerais não-metálicos (16,3%), celulose, papel e produtos de papel (14,5%), produtos de metal (14,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (16,3%), metalurgia (6,1%), outros produtos químicos (6,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (14,2%), produtos de borracha e de material plástico (7,8%) e móveis (18,6%).

Entre os cinco setores que apontaram redução na produção, o principal impacto veio do setor de indústrias extrativas (-18,2%), pressionado pela menor fabricação de minérios de ferro, refletindo, em grande parte, os efeitos do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Brumadinho (MG) em janeiro de 2019.

Houve contribuições negativas dos ramos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%), outros equipamentos de transporte (-11,7%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-8,5%).

Alta em bens duráveis e de capital

Ainda no confronto com maio de 2018, bens de consumo duráveis (28,0%) e bens de capital (22,2%) tiveram as expansões mais acentuadas entre as grandes categorias econômicas.

Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (11,4%) e de bens intermediários (2,3%) cresceram também, com o primeiro avançando acima da média nacional (7,1%); e o segundo com o crescimento mais moderado entre as categorias econômicas.

Automóveis puxam duráveis

Com o crescimento de 28,0%, o segmento de bens de consumo duráveis tem a sua segunda taxa positiva consecutiva e a mais elevada desde abril de 2018 (35,9%).

Nesse mês, o setor foi impulsionado pelo crescimento na fabricação de automóveis (39,9%) (Marcelo Camargo / Arquivo Agência Brasil)

Nesse mês, o setor foi impulsionado pelo crescimento na fabricação de automóveis (39,9%). Vale citar também as expansões de eletrodomésticos da “linha branca” (37,5%) e da “linha marrom” (3,3%), outros eletrodomésticos (43,9%), móveis (11,8%) e motocicletas (2,8%).

Máquinas têm primeira alta após dois meses de queda

Em maio de 2019, o setor produtor de bens de capital cresceu 22,2%, revertendo, dessa forma, dois meses consecutivos de queda na produção: março (-11,0%) e abril (-0,2%).

O resultado desse mês foi o mais acentuado desde abril de 2018 (23,9%) e influenciado pelo avanço no grupamento de bens de capital para equipamentos de transporte (32,1%). As demais taxas positivas vieram de bens de capital para fins industriais (9,3%), para construção (32,5%), de uso misto (11,5%), agrícolas (10,1%) e para energia elétrica (8,2%).

Alimentos e bebidas puxam alta em não-duráveis

O segmento de bens de consumo semi e não-duráveis, ao crescer 11,4% em maio de 2019, interrompeu dois meses consecutivos de queda na produção: março (-5,3%) e abril (-0,8%).

O resultado desse mês foi o mais acentuado desde março de 2010 (11,7%) e explicado pela expansão no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (21,0%).

O resultado desse mês foi o mais acentuado desde março de 2010 (11,7%) e explicado pela expansão no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (21,0%) (Pixabay)

Vale citar também os resultados positivos dos grupamentos de não-duráveis (7,1%) e de semiduráveis (9,3%). Por outro lado, o subsetor de carburantes (-3,7%) teve a única taxa negativa da categoria, pressionado pela menor produção de gasolina automotiva.

Já a produção de bens intermediários cresceu 2,3%, interrompendo, dessa forma, oito meses consecutivos de taxas negativas.

O resultado foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (21,6%), de produtos alimentícios (12,7%), de produtos de minerais não-metálicos (16,6%), de celulose, papel e produtos de papel (14,3%), de produtos de metal (11,8%), de outros produtos químicos (6,1%), de metalurgia (6,1%), de produtos de borracha e de material plástico (8,6%), de máquinas e equipamentos (9,2%) e de produtos têxteis (6,2%).

As pressões negativas foram registradas por indústrias extrativas (-18,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,0%).

Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados positivos dos grupamentos de insumos típicos para construção civil (14,5%) e de embalagens (20,3%), ambos com os avanços mais elevados desde o início da série histórica.

Em 2019, indústria acumula -0,7% com queda em mineração

No índice acumulado para janeiro-maio de 2019, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial caiu 0,7%, com resultados negativos em uma das quatro grandes categorias econômicas, 10 dos 26 ramos, 41 dos 79 grupos e 48,6% dos 805 produtos pesquisados.

Entre as atividades, a de indústrias extrativas (-13,2%) teve a maior influência negativa, pressionada pelos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.

Vale destacar também as contribuições negativas de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,0%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,8%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,6%), de outros equipamentos de transporte (-11,2%), de impressão e reprodução de gravações (-12,4%) e de produtos de madeira (-5,3%).

Veículos ajudam no aumento da produção

Entre as 16 atividades que ampliaram produção, a principal influência veio de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%), impulsionados pela maior fabricação dos itens automóveis, reboques e semirreboques, autopeças e caminhões.

Outras contribuições positivas relevantes foram de bebidas (8,1%), de produtos alimentícios (1,7%), de produtos de metal (7,0%), de produtos de minerais não-metálicos (4,5%), de máquinas e equipamentos (2,1%), de outros produtos químicos (1,1%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,4%).

Efeitos de Brumadinho

Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os cinco primeiros meses de 2019 mostrou menor dinamismo para bens intermediários (-2,0%), pressionados pela redução em indústrias extrativas (-13,2%), reflexo dos efeitos do rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração na região de Brumadinho (MG). Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo duráveis (3,3%), de bens de capital (1,9%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (1,2%) tiveram taxas positivas no índice acumulado no ano.