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Montadoras terminam julho com menor estoque de veículos em 20 anos, diz Anfavea

06 ago 2021, 12:16 - atualizado em 06 ago 2021, 12:16
Indústria Automóveis Empresas
A produção recuou 2% no mês passado ante junho, para 163,6 mil unidades, enquanto na comparação anual, o volume produzido mostrou uma queda de 4,2% (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

As montadoras do país registraram quedas de produção e vendas em julho ante junho e terminaram o mês passado com o menor volume de veículos prontos em estoque em mais de duas décadas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela associação que representa as fábricas no país, Anfavea.

A produção recuou 2% no mês passado ante junho, para 163,6 mil unidades, enquanto na comparação anual, o volume produzido mostrou uma queda de 4,2%.

Já as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus tiveram baixa de 3,8% no comparativo mensal e ligeiro incremento de 0,6% na relação anual, para 175,5 mil unidades, segundo a entidade.

O volume de veículos exportados em julho somou 23,8 mil unidades, um tombo de 29% ante junho e redução de 18,4% frente ao mesmo mês de 2020.

O setor fechou o mês passado com o menor nível de estoques desde que as medições começaram em 1999, a 85,1 mil veículos novos, suficiente para 15 dias de vendas.

No início da pandemia, o volume disponível em pátios de montadoras e concessionárias somou 267 mil unidades, segundo dados da Anfavea.

O presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, afirmou em entrevista a jornalistas que a crise na oferta de semicondutores persiste e afirmou que o problema foi responsável por uma perda de produção no primeiro semestre de 100 mil a 120 mil veículos.

De janeiro ao fim de julho, o setor produziu 1,31 milhão de veículos, salto de 45,8% sobre um ano antes, cuja base de comparação é prejudicada por causa da paralisação de fábricas durante os primeiros meses da pandemia no país.

O acumulado de vendas na mesma comparação mostra alta de 27%, a 1,25 milhão de unidades.

O quadro é diferente, no entanto, para o segmento de caminhões, cuja produção em julho subiu 1,1% sobre junho, mais do que dobrando sobre um ano antes, para 14,8 mil unidades.

O segmento também é afetado pela crise na oferta de chips, mas com menor intensidade devido aos volumes de produção, disse Moraes.

No acumulado de 2021, a indústria produziu 89,5 mil caminhões, 115% acima do volume de um ano antes.

Segundo a Anfavea, a produção do segmento nos primeiros sete meses do ano marca o maior acumulado desde 2013. Já o acumulado de vendas é o melhor desde 2014, com 70,7 mil caminhões.

Questionado sobre como o setor tem se movimentado para se preparar para uma eventual crise na oferta de energia, dado o baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas do país, Moraes afirmou que mudança da atividade das fábricas para fora dos horários de pico “pode ser uma alternativa”, mas dependendo da fábrica e do ritmo de produção.

Segundo ele, o setor de veículos tem feito reuniões periódicas com o Ministério de Minas e Energia, mas não deu detalhes.

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