Vacinas

Produção de vacina Astra-Oxford para Reino Unido está atrasada

04 nov 2020, 13:54 - atualizado em 04 nov 2020, 13:54
Boris Johnson
O governo de Boris Johnson foi acusado no passado de prometer mais do que é capaz de entregar (Imagem: Facebook/Boris Johnson)

O Reino Unido enfrenta dificuldades em conseguir estoques de uma possível vacina contra o coronavírus, disse uma autoridade do governo.

Kate Bingham, presidente da Força-Tarefa de Vacinas do Reino Unido, disse que apenas 4 milhões de doses da vacina AstraZeneca-Oxford estarão disponíveis até o fim do ano, muito menos do que os 30 milhões que deveriam estar prontas em setembro. A AstraZeneca não quis comentar.

A questão é discutível por enquanto, uma vez que nenhuma vacina foi aprovada para uso e os ensaios ainda estão em andamento. Mas as dificuldades lançam dúvidas sobre a rapidez com que o Reino Unido será capaz de distribuir uma vacina que autoridades consideram essencial para permitir o retorno à normalidade.

O governo de Boris Johnson foi acusado no passado de prometer mais do que é capaz de entregar, e a notícia de que o planejamento da vacina está atrasado pode gerar mais críticas sobre sua condução da pandemia.

Apesar das limitações de oferta, autoridades de saúde da Inglaterra disseram que médicos de todo o país estão sendo colocados de prontidão para administrar vacinas caso sejam aprovadas para uso antes do final deste ano.

A agência reguladora de medicamentos do Reino Unido começou a acelerar as revisões das vacinas em desenvolvimento pela Pfizer e AstraZeneca, pois o país quer aprovar a primeira vacina eficaz o mais rápido possível.

Em discurso para um comitê científico do Parlamento, Bingham estimou que o Reino Unido teria 4 milhões de doses da vacina Astra-Oxford disponíveis até o fim do ano e até 10 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech.

“Teremos mais vacina do que poderemos implementar, é minha expectativa”, disse Bingham. “Não acho que o suprimento de vacina seja o passo limitante.”

Ela disse que as chances de contar com uma vacina ao longo do próximo ano que possa eliminar o vírus são provavelmente “muito pequenas”.

A possibilidade de ter uma vacina nesse período que reduza doenças e mortes é “muito alta”, previu. “Os dados gerados até agora por várias vacinas e empresas são muito bons”, afirmou.