Produção de soja do Brasil 2019/20 deve somar 123,6 milhões de toneladas, diz Safras
A produção de soja do Brasil em 2019/20 deve atingir 123,589 milhões de toneladas, informou nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado, que reduziu a estimativa em relação aos 125,465 milhões de toneladas projetados em dezembro.
Segundo a Safras, a área plantada com soja no país nesta temporada tende a chegar a 37,032 milhões de hectares, um aumento de 1,8% sobre o ano anterior, o que representaria um novo recorde histórico.
A projeção reduzida na comparação com a estimativa anterior inclui ajustes negativos nas produtividades médias de Rio Grande do Sul e Bahia.
No Estado sulista, a baixa umidade tem preocupado os produtores de grãos. De acordo com a Safras, a seca prejudicou o desenvolvimento de plantas, fazendo com que parte das perdas seja irreversível.
“As lavouras mais precoces foram as que mais sofreram. Parte das perdas é irreversível, mas se o clima melhorar nas próximas quatro semanas pode haver certa recuperação”, disse em nota Luiz Fernando Roque, analista da empresa.
Já na Bahia, as lavouras foram afetadas pela estiagem durante novembro e no início de dezembro. Embora tenha havido uma melhora climática nas últimas semanas, a consultoria admitiu que parte do potencial produtivo foi reduzido.
“Somente uma regularidade climática nos próximos 60 dias pode trazer uma nova recuperação”, disse Roque.
A Safras & Mercado vê produtividade média de 3.354 kg por hectare de soja nesta temporada, avanço de 1,8% em relação ao ano anterior.
Milho
Já para a safra de milho 2019/20, a consultoria projetou uma colheita total de 103,262 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 104,134 milhões de toneladas, devido a “problemas verificados com a estiagem na região Sul”.
A produção de milho do Brasil somou um recorde de 107,4 milhões de toneladas na temporada passada.
A área semeada com o cereal deve ser de 17,9 milhões de hectares, recuo de 0,3% ante a temporada anterior. Já o rendimento médio foi estimado em 5.752 kg por hectare, uma redução de 3,5% ante a safra passada.
De acordo com a empresa, a segunda safra de milho –principal da commodity no país –pode chegar a 73,559 milhões de toneladas, ante 72,65 milhões na projeção do mês anterior.
Analista da Safras, Paulo Molinari destacou em nota que os bons preços do milho fizeram com que a projeção para a área de plantio da chamada “safrinha” aumentasse.
“Safras está indicando uma alta de 1,1% na área a ser plantada, ocupando 12,394 milhões de hectares, ante os 12,257 milhões de hectares da segunda safra 2018/19”, afirmou.
Para a safra de verão, a consultoria estima colheita de 21,679 milhões de toneladas, 12,7% abaixo do nível do ano anterior e 7,8% aquém da previsão de dezembro, citando “perdas expressivas no Rio Grande do Sul por conta da estiagem”.