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Produção de minério de ferro da Vale (VALE3) em Carajás pode aumentar a 200 mi t em 2030

14 fev 2025, 18:40 - atualizado em 14 fev 2025, 19:00
Minério de ferro
(Imagem: Caboclin/iStock)

A Vale (VALE3) afirmou nesta sexta-feira que uma expansão das operações em Carajás, fruto de investimentos que serão realizados nos próximos anos, permitirá que a produção de minério de ferro do principal ativo da companhia chegue a um ritmo de 200 milhões de toneladas ao ano em 2030.

Em comunicado, a Vale confirmou investimento de R$ 70 bilhões no complexo situado no Pará nos próximos cinco anos, após o Palácio do Planalto ter antecipado o valor em nota divulgada esta semana anunciando visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao local, nesta sexta-feira.

A companhia ressaltou que o investimento do Programa Novo Carajás, que marca 40 anos de atuação da Vale na região, está em linha com o guidance já divulgado.

Durante a divulgação de seu plano anual, a mineradora previu em dezembro investimentos de 3,5 bilhões a 4 bilhões de dólares em soluções de minério de ferro em 2025 e nos anos seguintes.

“Carajás é um caso de sucesso de parceria entre público e privado, voltada para a proteção da floresta onde produzimos, com processos de mineração a seco e tecnologias inovadoras, cerca de 60% do minério que o Brasil exporta”, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta.

O aumento da capacidade de produção de minério de ferro virá da expansão da mina de  Serra Sul (S11D) e com a reposição da exaustão das minas atuais, disse a Vale.

O Sistema Norte da Vale, que abriga Carajás, produziu 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024, ou mais da metade do total produzido pela companhia no ano passado.

No caso do cobre, o crescimento esperado da produção da Vale é de 32%, elevando a produção  na região  para cerca de 350 mil toneladas, segundo a empresa, que cita o metal como importante matéria-prima para a fabricação de baterias e outros equipamentos importantes na transformação da economia em transição energética.

No Pará, a Vale produz ainda cobre e níquel nas minas do Sossego, Salobo e Onça Puma.

“O Programa Novo Carajás traz ganhos para o Brasil, com o potencial de posicionar o país na liderança global no fornecimento de minerais críticos e reforçar seu protagonismo no combate às mudanças climáticas”, ressaltou Pimenta.

Segundo ele, o programa amplia o negócio gerando valor e alavancando “oportunidades estratégicas de mercado para a companhia em uma economia baseada na indústria de baixa emissão de carbono”.

A Vale destacou também que o programa terá uma contribuição relevante no PIB do Pará, na ordem de R$ 80 bilhões a R$ 100 bilhões ao ano/ano, enquanto a produção futura permitirá um aumento de R$ 15 bilhões nas exportações do Estado.

A participação da Vale como vetor o crescimento da economia foi cobrada ao longo do ano passado, quando integrantes do governo, incluindo o próprio presidente Lula, reclamaram da falta de diálogo com a administração anterior da mineradora, entre outras críticas.

Em meio a polêmicas, houve mudanças na cúpula da empresa, que se aproximou do governo.

A mineradora destacou que tem investido na chamada “mineração circular”, como é o caso do projeto Gelado, em Carajás, que prevê o reaproveitamento do rejeito do processo de produção de minério de ferro.

Até 2030, a Vale prevê que 10% de sua produção  total de minério de ferro  seja composta por produtos de “mineração circular”.

“Gelado, com uma produção de 6 milhões de toneladas/ano resultante  do reaproveitamento de rejeito, terá um papel fundamental nessa meta, em direção a uma mineração sem rejeitos e produtos com baixa pegada de carbono”, disse e mineradora.

A Vale também chamou a atenção para seus investimentos na área ambiental.

Em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Vale afirmou que ajuda a proteger cerca de 800 mil hectares de florestas no Mosaico de Carajás, uma área que equivale a cinco vezes a cidade de São Paulo.

Governo vê sinais claros de mudanças na Vale que justificam confiança

O governo federal vê “sinais claros” de mudança na nova gestão da Vale que justificam a confiança nos novos projetos da mineradora, afirmou nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante evento de lançamento do programa da empresa chamado Novo Carajás.

“Ao longo dos últimos anos, a Vale se distanciou muito do equilíbrio necessário entre os interesses da empresa e da sociedade brasileira. Sabemos muito bem dos resultados deste cenário. Porém, vemos sinais claros de mudanças acontecendo na nova gestão”, afirmou Silveira, em seu discurso

“Sinais que justificam o nosso voto de confiança e fé na liderança do novo presidente (da Vale) Gustavo Pimenta e de toda sua equipe”, acrescentou Silveira, desejando “boa sorte” ao executivo.

A participação da Vale como vetor para o crescimento da economia do país havia sido cobrada ao longo do ano passado, quando integrantes do governo, incluindo o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reclamaram da falta de diálogo com a administração anterior da mineradora, entre outras críticas.

O ministro acrescentou que a sociedade brasileira deve ser sempre a maior beneficiada da mineração. “Assim como devemos sempre nos lembrar que ninguém pode ser dono das riquezas do subsolo brasileiro”, acrescentou

“As concessões de direitos minerais não podem e não devem atender somente a interesses das companhias”, acrescentou.

A mina de Carajás tem ainda o minério com maior teor de minério.

A companhia ressaltou que o investimento do Programa Novo Carajás, que marca 40 anos de atuação da Vale na região, está em linha com o guidance já divulgado.

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reuters@moneytimes.com.br
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