Combustíveis

Produção de biodiesel do Brasil cresce 8,5% em 2020, diz Abiove

30 out 2020, 17:32 - atualizado em 30 out 2020, 17:32
Biodiesel
A Abiove disse apoiar um diálogo aberto com o governo e as distribuidoras de combustíveis para adequar o funcionamento dos leilões (Imagem: REUTERS/Jamil Bittar)

A produção de biodiesel do Brasil terminará 2020 com um total de 6,4 bilhões de litros, alta de 8,5% em relação a 2019 e nível recorde para um ano, disse nesta sexta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

A consolidação do volume vem após a homologação dos resultados do 76º Leilão de Biodiesel, realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no último dia 23, que negociou 1,1 bilhão de litros para atender à demanda obrigatória do último bimestre deste ano.

“Mesmo diante de um cenário de incertezas como o que vivemos em 2020, em meio a uma pandemia que impactou a vida de pessoas e empresas no mundo todo, o Brasil encerrará o ano como o terceiro maior produtor de biodiesel”, disse em nota o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral.

Para ele, o recorde de produção faz com que o setor saia fortalecido de 2020 e se prepare para elevar a participação do biodiesel na matriz energética do Brasil, projetando a transição para o B13 –mistura de 13% ao diesel– no ano que vem.

O setor tem enfrentado recentemente os altos preços da soja, matéria-prima da maior parte do biodiesel produzido no Brasil, diante do nível reduzido dos estoques locais após firmes exportações na temporada, o que consequentemente impacta no valor do biocombustível.

Nesta semana, o preço da oleaginosa no porto de Paranaguá, um dos referenciais do Brasil, superou 166 reais por saca, renovando uma máxima recorde. Em 2020, a cotação da soja apagou um recorde de 2012, segundo indicador do centro de estudos Cepea.

No 76º leilão, a ANP reduziu temporariamente a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 12% para 11%, com o objetivo de amenizar a alta das cotações.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), por exemplo, defende que a mistura seja reduzida para 8% nos próximos leilões, indicando que o alto custo do biocombustível afeta o preço do diesel nas bombas.

A Abiove disse apoiar um diálogo aberto com o governo e as distribuidoras de combustíveis para adequar o funcionamento dos leilões em meio às incertezas econômicas deste ano.

“Trabalhamos para corrigir rotas que prejudicaram a segurança da comercialização… O resultado é que encerramos o L76, o último do leilão do ano, sem surpresas, com previsibilidade de demanda e garantia de entrega”, afirmou Amaral.

A Abiove lembrou ainda que o crescimento do biodiesel ainda estimulou o processamento da soja e a produção de rações para o setor de proteína animal, sendo que a indústria de oleaginosas deve encerrar o ano também com recorde de moagem, totalizando 44,6 milhões de toneladas.

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