Commodities

Produção de açúcar do Cento-Sul dispara 57,8% na 2º quinzena de outubro, diz Unica

11 nov 2019, 13:38 - atualizado em 11 nov 2019, 13:39
Açúcar bruto
O total de açúcar produzido ficou acima das expectativas da S&P Global Platts, que apontavam 1,38 milhão de toneladas (Imagem: REUTERS/Khalid al-Mousily)

A produção de açúcar do centro-sul do Brasil na segunda quinzena de outubro somou 1,51 milhão de toneladas, alta de 57,8% ante o mesmo período do ano passado, ainda que o setor esteja destinando grande parte de sua produção de cana para atender as vendas de etanol, que foram recordes no mês passado, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta segunda-feira.

O total de açúcar produzido ficou acima das expectativas da S&P Global Platts, que apontavam 1,38 milhão de toneladas, com o setor registrando um aumento de sacarose na cana na segunda quinzena.

Dessa forma, a produção de açúcar no acumulado da temporada 2019/20, iniciada em abril, atingiu 25,2 milhões de toneladas, aumento de 3,3% na mesma comparação.

Já a moagem de cana do centro-sul na segunda quinzena de outubro atingiu 32,6 milhões de toneladas, avanço de 30,65% ante o mesmo período do ano passado, enquanto no acumulado da safra teve alta de 6,25 no acumulado da safra, para 542,9 milhões de toneladas.

Por sua vez, a produção de etanol do centro-sul na segunda quinzena do mês cresceu percentualmente menos na comparação com o açúcar, para 2,05 bilhões de litros, alta de 45,35% ante o volume produzido no mesmo período do ano passado.

No acumulado da safra, a fabricação de etanol cresceu 7,95%, para 29,56 bilhões de litros (incluindo o combustível de milho, com um volume de 739 milhões de litros).

A maior produção proporcional do adoçante ante o etanol na segunda quinzena ocorreu com um aumento do Açúcar Total Recuperável (ATR), que atingiu 151,49 quilos por tonelada de cana (+13,19% na comparação anual), algo visto como momentâneo.

Nessa conjuntura, o mix de cana para o açúcar ganhou dois pontos percentuais ante a mesma quinzena do ano passado, para 32,14%.

“O deslocamento do pico de concentração de ATR e a maior moagem reduziram a flexibilidade das unidades produtoras no último mês. Nas próximas quinzenas, o ATR deve manter a tendência de queda e, com isso, deveremos observar um mix de produção ainda mais alcooleiro”, disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

Vendas recordes

Com os preços do etanol mais interessantes, o setor tem direcionado novamente nesta safra mais cana para a produção do biocombustível, com o mix alcooleiro somando 64,90% no acumulado da safra, em detrimento do açúcar.

A Unica informou que o volume de etanol hidratado comercializado pelas unidades do centro-sul no mercado interno somou 2,11 bilhões de litros em outubro, crescimento de 3,88% no comparativo com o volume observado no mesmo mês de 2018.

O volume vendido em outubro de etanol hidratado, concorrente da gasolina, foi recorde para um mês no mercado doméstico.

Na segunda quinzena de outubro, as vendas de hidratado atingiram 1,11 bilhões de litros, registrando incremento de 3,33% em relação a mesma quinzena do ano anterior.

“O crescimento se deve, mais uma vez, a manutenção da competitividade do biocombustível frente a gasolina na maior parte do mercado”, disse a Unica.

Moagem

Já a moagem de cana do centro-sul no período atingiu 32,6 milhões de toneladas, avanço de 30,65% ante o mesmo período do ano passado (Imagem: REUTERS/Amit Dave)

A associação das usinas notou que a moagem da safra está caminhando para o final, já que o número de usinas parando é maior que o registrado no mesmo período do ano passado, após um período mais seco recentemente.

Até primeiro de novembro deste ano, 67 unidades do centro-sul haviam encerrado a safra, contra 52 usinas até a mesma data de 2018.

Para a primeira quinzena de novembro, a expectativa é de que outras 57 unidades finalizem as atividades desse ciclo, ante apenas 34 verificadas em 2018.

“A expectativa é de que essa tendência de antecipação a moagem prevaleça nas próximas quinzenas. Esse cenário só deve mudar se as condições climáticas prejudicarem a operacionalização da colheita”, completou Padua.

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