Produção da Opep despenca com cortes extras da Arábia Saudita
A produção de petróleo da Opep despencou no mês passado em meio aos cortes extras da Arábia Saudita para eliminar o superávit global.
A produção do grupo foi reduzida em 920 mil barris diários – a maior queda em oito meses – para 24,87 milhões por dia, segundo pesquisa da Bloomberg. Conforme prometido, a Arábia Saudita cortou a produção em quase 1 milhão de barris por dia, ou cerca de 11%.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados têm limitado a oferta de petróleo desde que a pandemia começou a encolher a demanda há quase um ano.
Para eliminar o estoque excedente, os sauditas prometeram reduções extras durante fevereiro e março. Os esforços valeram a pena, e os preços do petróleo retornaram aos níveis anteriores à crise, sendo negociados acima de US$ 60 o barril em Londres.
A coalizão de 23 países se reúne na quinta-feira para decidir se pode flexibilizar algumas das medidas em abril. A maioria das previsões aponta um aumento de 500 mil barris por dia dos 7 milhões de barris ainda fora do mercado, e que os sauditas confirmarão a suspensão dos cortes equivalentes a um milhão de barris.
A Rússia, que lidera aliança com a Arábia Saudita, sinalizou que está ansiosa para elevar a produção. O governo saudita, ainda preocupado com a fragilidade da demanda e enormes estoques, acredita que os produtores devem continuar “extremamente cautelosos.”
Como prova dessa cautela, o reino cortou a produção em 970 mil barris por dia em fevereiro, para 8,15 milhões por dia, de acordo com a pesquisa.
O levantamento é baseado em dados de rastreamento de navios, informações de autoridades e estimativas de consultores, como Rystad Energy, JBC Energy, Rapidan Energy e Energy Aspects.
Exportações da Arábia Saudita
Apesar do forte corte de produção, o maior produtor da Opep manteve as exportações praticamente estáveis em 6 milhões de barris por dia, segundo dados de rastreamento de petroleiros. O trabalho de manutenção em refinarias domésticas permitiu ao reino manter as remessas inalteradas, disse a Energy Aspects.
Embora o governo de Riade tenha feito cortes ainda maiores do que o exigido no mês passado, alguns membros da Opep mais uma vez ficaram abaixo da meta.
O Iraque, que deveria compensar o excesso de produção anterior com cortes extras, bombeou mais. A produção aumentou em 40 mil barris por dia, para 3,91 milhões por dia, consideravelmente acima de seu limite obrigatório.