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Procura por CDBs salta e vai na contramão dos saques da poupança; título sem marcação a mercado

17 jan 2023, 14:44 - atualizado em 17 jan 2023, 14:44
CDBs
CDBs aproveitam bons ventos da renda fixa e podem atrair ainda mais investidores por conta da marcação na curva. (Imagem: Agência Brasil/Marcello Casal Jr)

Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) têm a cada dia conquistado mais investidores enquanto a poupança enfrenta mais gente sacando o dinheiro aplicado do que realizando novos aportes, o chamado saque líquido.

Quem empresta dinheiro para bancos e o recebe de volta com juros investiu cerca de R$ 231 bilhões em CDBs durante 2022, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Em contrapartida, a conhecida caderneta de poupança teve uma surpresa negativa no ano passado.

O resultado foi que a poupança teve perda líquida de R$ 103 bilhões, com saques de R$ 3,73 trilhões e depósitos de R$ 3,63 trilhões no período.

E olha que a poupança teve rentabilidade de 2% acima da inflação segundo levantamento do Trademap. O desempenho marca a volta do ganho de poder aquisitivo do título após três anos seguidos de perdas.

E quando a gente soma o saldo de retiradas da poupança com a indústria de fundos de investimento (bastante afetada com a taxa Selic em patamar elevado), esses resgates somaram R$ 265 bilhões.

CDBs X Marcação a mercado

O investimento em CDBs foi um dos grandes beneficiados pela alta demanda dos investidores pelos produtos de renda fixa, sobretudo títulos pós-fixados, que são indexados ao CDI.

Contudo, outro fator pode ser o responsável por continuar atraindo novos investidores aos CDBs em 2023.

Quem não gosta de acompanhar a variação do seu patrimônio, podendo encontrar variações negativas até na renda fixa, vai se surpreender que os títulos bancários (como o CDB) não sofrem marcação a mercado.

Desde o último dia 2 de janeiro de 2023, todos os bancos e corretoras são obrigados a mostrarem a leitura das aplicações em renda fixa na forma de marcação a mercado, regra imposta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que afeta títulos públicos, CRAs, CRIs e debêntures.

Embora seja uma forma mais transparente de apresentar ao investidor o quanto de fato valem esses títulos em tempo real, a marcação a mercado revela que, até o vencimento do investimento, o título oscila no mercado e pode até ser negociado valendo menos, o chamado deságio.

Isso quer dizer que caso um investidor queira ou precise vender esses títulos antes do vencimento combinado saberá se estará perdendo muito ou pouco dinheiro (ou até mesmo obtendo lucro em caso de ágio na marcação a mercado).

Já os títulos bancários (CDBs, LCAs e LCIs) continuam marcados na curva, que é quando a aplicação se valoriza num ritmo paulatino (sempre para cima) conforme a taxa contratada no início.

Ainda que isso não impeça que títulos bancários também oscilem suas taxas e preços diariamente, a marcação na curva é mais previsível e simples de compreender.

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