Sindicatos reclamam de vacinação lenta em processadoras de carne nos EUA
Vacinas contra Covid-19 estão a caminho de trabalhadores dos setores agrícola e de processamento de carne dos Estados Unidos, mas empresas e autoridades sindicais dizem que o progresso precisa ser mais rápido porque surtos de coronavírus esvaziaram abatedouros e adoeceram milhares de funcionários.
Vacinar trabalhadores do setor alimentício poderia ajudar a evitar novas interrupções na produção que fizeram os preços da carne dispararem em 2020 e obrigaram redes como a Kroger a limitar a venda de carne e outros produtos aos consumidores.
Em toda a nação, 22 mil trabalhadores de processadoras de carne foram infectados ou expostos ao vírus e 132 morreram, de acordo com o Sindicato Internacional de Trabalhadores Unidos do Setor Alimentício e Comercial (UFCW).
Em dezembro, um comitê do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) recomendou que trabalhadores da linha de frente dos setores alimentício e agrícola tenham acesso a vacinas antes de pessoas da faixa etária de 65 a 74 anos e norte-americanos jovens com problemas médicos.
Mas muitos Estados priorizaram moradores mais velhos, que representam a maior parte das mortes de Covid-19 nos EUA, e outros trabalhadores essenciais, como professores.
As empresas estão sujeitas a suprimentos limitados em certos Estados, e não podem comprar vacinas diretamente das farmacêuticas.
“As prioridades mudaram nos últimos dois meses em uma série de Estados, e isto reduziu o status prioritário de nossos trabalhadores críticos e essenciais”, disse Keira Lombardo, chefe administrativa da Smithfield Foods, que tem sede na Virgínia e é a maior processadoras de carne suína do mundo.
A Dakota do Sul, onde a Smithfield opera uma grande fábrica de carne suína em Sioux Falls, pode não começar a vacinar trabalhadores dos setores alimentício e agrícola antes de abril, de acordo com os planos do Estado, que inoculará primeiro professores, funcionários de funerárias e pessoas de menos de 65 anos com problemas de saúde preexistentes.
O Departamento de Agricultura dos EUA disse à Reuters que está “contatando novamente governadores de cada Estado para incentivá-los a priorizar trabalhadores dos setores alimentício em vacinações, como agências de saúde pública recomendam”.
Os EUA enviam milhões de doses de vacinas aos Estados todas as semanas, mas por enquanto a procura supera a oferta.