Problemas à frente? Veja outro desafio da China, além do PIB e diminuição na população
O Relatório Nacional de Estatísticas (NSB, em inglês) da China divulgou na noite da terça-feira (16), dados de sua economia. Houve um recuo no crescimento populacional.
O total era de 1,4 bilhões no final de 2023, uma diminuição de 2,08 milhões em relação ao mesmo período em 2022. O país também registrou 6,39 nascimentos por 1000 pessoas, marca abaixo dos 6,77 relatados no ano anterior.
Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,2%, ligeiramente abaixo da taxa de 5,3% esperada pelos analistas.
“Esse crescimento, embora tenha superado a meta de 5% estabelecida por Pequim para 2023, foi em grande parte impulsionado por uma base de comparação mais baixa em relação a 2022”, afirma Matheus Spiess, estrategista da Empiricus.
Para ele, os dados recentes evidenciam que a maior economia da Ásia continua enfrentando dificuldades para manter um crescimento sustentável neste cenário pós-pandêmico, em meio a desafios como gastos fracos dos consumidores, investimento privado lento e uma crise contínua no setor imobiliário.
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China: Setor imobiliário segue pesando na economia
De fato, o setor imobiliário continua a apresentar dificuldades, sendo que as contrações nesse setor continuam aumentando em um ritmo acelerado.
De acordo com o relatório, os preços das novas casas na China continuaram caindo, marcando o sexto mês consecutivo.
Para Sophie Altermatt, economista do Julius Baer, há a expectativa de que o crescimento da economia chinesa fique estabilizado em uma taxa de 4,4% em 2024, com o setor imobiliário ainda sendo um obstáculo, em conjunto com outras políticas governamentais.
Analistas consultados pela Reuters também acreditam que o ritmo de expansão em 2024 será ainda mais desafiador em comparação a 2023.
Em resposta à divulgação dos dados, as ações da China caíram. O índice CSI300, que reúne companhias de Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 2,18%.
Apesar disso, há notícias positivas. As vendas varejistas chinesas cresceram 7,4% no último mês de 2023, em relação ao mesmo período de 2022.
Além disso, a taxa de desemprego nas áreas urbanas caiu 0,4% em relação ao ano passado, chegando a um patamar de 5,2%.