Privatização da Sabesp pode alavancar preço da ação a R$ 98 e render R$ 35 bi ao governo
A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp (SBSP3), pode render uma bolada de até R$ 35 bilhões para os cofres públicos, segundo cálculos do UBS.
Desde a aprovação do marco regulatório do saneamento básico no Congresso Nacional, o banco suíço está de olho nas empresas do ramo, em especial, na Sabesp, cujo o governo Doria já se movimenta para concretizar a venda ao setor privado.
“Caso o governo paulista consiga avançar com a privatização, é provável que a Sabesp tenha de focar apenas nas 20 principais cidades do Estado, que já correspondem a três quartos da receita total da companhia”, pondera o UBS.
Peso Doria
Os analistas Giuliano Ajeje e Guilherme Reif lembram que a empresa atua em 369 municípios paulistas e as 20 principais cidades correspondem a 75,5% da receita total (a capital equivale sozinha a 50%).
“Avaliamos que o governador João Doria tem o suporte de 75% dos prefeitos das principais cidades, que coincidentemente são do mesmo partido político ou aliados, para a renovação dos contratos de saneamento em linha de privatizar a companhia estadual”, revelam Ajeje e Reif.
O UBS revela que com a privatização, a ação da Sabesp poderá valer R$ 98, e o papel da Copasa (CSMG3), companhia de saneamento de Minas Gerais, poderia bater R$ 87, dada a grande possibilidade dos governos destes Estados conseguirem passar as empresas para a gestão privada.
O banco suíço mantém recomendação de compra tanto para ações da Sabesp como as da Copasa.
Como ficam as privatizações após o marco regulatório do saneamento?
A aprovação da nova lei de saneamento pelo Senado, no dia 24 de junho, foi considerada histórica por todos os analistas que já se divulgaram relatórios. Agora, o próximo grande episódio desta saga é a esperada privatização da paulista Sabesp e da mineira Copasa. Mas isso será mais complicado do que se imaginava.
A nova lei foi aprovada com o compromisso de que o presidente Jair Bolsonaro, para sancioná-la, vete três artigos. O mais importante é o que veta o parágrafo 1º do artigo 14.
Esse trecho estabelecia uma espécie de via rápida para a privatização das estatais do setor, pois permitia que as companhias fossem vendidas sem a permissão prévia dos municípios atendidos por elas. Isso seria possível, desde que não houvesse mudança na prestação de serviços.
Com o veto prometido por Bolsonaro, a privatização deverá, necessariamente, contar com a autorização prévia dos prefeitos das cidades atendidas pelas concessionárias, o que dificulta bastante a transferência dessas empresas para o controle privado.