Privatização da Eletrobras pode gerar inicialmente alta na tarifa, diz Nardes
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes afirmou nesta quinta-feira, 19, ser possível um aumento nas tarifas de energia em um “primeiro momento”, após a privatização da Eletrobras (ELET3).
Mas, no médio e longo prazos, disse ele, isso não vai acontecer devido a aumento de concorrência e surgimento de novas tecnologias.
Nesse ponto, mencionou mais de uma vez o hidrogênio verde.
“Talvez haja aumento de tarifa de energia num primeiro momento, mas, a médio e longo prazos, não. Isso vai depender dos investimentos, do mercado. Porque vai abrir a concorrência e o mercado vai se tornar propício a novas tecnologias”, disse o ministro, que votou favoravelmente ao processo de desestatização, avalizado na quarta-feira pelo Tribunal.
Nardes falou a jornalistas na saída de um almoço fechado entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, membros do governo e empresários, em restaurante no Jardim Botânico, na zona sul do Rio.
O ministro do TCU e a comitiva de Bolsonaro participaram do congresso “Mercado Global de Carbono”, organizado pela Petrobras (PETR4) e pelo Banco do Brasil (BBAS3), com apoio do governo.
Nardes disse que o País não pode ficar na mão de um único grupo de geração e distribuição de energia. Em vez disso, “tem de ficar nas mãos de muitos grupos”.
O ministro citou o investimento chinês no Brasil nesta área e informou que países como Dinamarca e Alemanha já têm procurado o Brasil para viabilizar a importação de produtos energéticos, como hidrogênio verde, à frente.
Essa exportação de energia, disse ele, será tema de conversa sua com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, na tarde desta quinta.
Nardes observou que essa necessidade de outros países por mais energia também é um fator que dá segurança ao processo de privatização da Eletrobras, companhia que definiu como “descapitalizada” hoje, mas que logo deverá ser capaz de realizar investimentos em novas tecnologias.
Ele disse considerar o processo de oferta de ações da companhia estratégico para o aumento de investimentos no setor, a fim de que o Brasil “volte a crescer entre 5% e 6% ao ano”.
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