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Privatização da Eletrobras fica para 2021, diz secretário especial de Desestatização

22 abr 2020, 17:55 - atualizado em 22 abr 2020, 17:55
Eletrobras
Salim indicou que a privatização da Eletrobras agora é prevista para o segundo trimestre do próximo ano (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

O governo Jair Bolsonaro não deve vender mais nenhum ativo até o fim deste ano em função do cenário de crise e volatilidade com o coronavírus, ambiente que também jogou a privatização da Eletrobras (ELET3) para 2021, afirmou o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar.

Em apresentação nesta quarta-feira, Salim indicou que a privatização da Eletrobras agora é prevista para o segundo trimestre do próximo ano, ante expectativa anterior que ocorresse em outubro.

Apesar da mudança no cronograma, ele pontuou em coletiva virtual que o governo ainda espera aprovar neste ano o projeto de lei que abre caminho para a operação da Eletrobras.

“Tão logo passe essa crise do coronavírus, lá para julho, agosto, queremos retomar com um pouco mais de força o PL na Câmara”, disse.

“Agora a venda da companhia nós vamos avaliar no segundo trimestre de 2021, para avaliar como está o mercado, quais as condições de venda.”

Salim afirmou que, em função dos impactos do surto de Covid-19 na economia, é “absolutamente natural e compreensível” que o governo e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tenham esticado seu cronograma para desestatizações e venda de participações.

Agora, o Ministério da Economia passou a contar com a privatização dos Correios, Codesp e Telebras somente em 2022, contra o segundo semestre de 2021 antes. Para a EBC, a expectativa foi mantida em 2022.

Salim reconheceu que a meta de venda de 150 bilhões de reais em ativos neste ano não será atingida, apontando que não há clima e nem ambiente para desestatizações após o governo ter conseguido levantar 23,5 bilhões de reais nos primeiros meses do ano com venda de ativos da BNDESPar, braço de investimentos do BNDES.

“Não podemos vender as empresas na bacia das almas”, afirmou Salim. “Neste ano não acreditamos que haverá oportunidade para venda de ativos”, completou.

O secretário destacou que, considerando as participações cuja venda estava prevista, o saldo de desinvestimento a fazer neste ano seria de 70 bilhões de reais, levando em conta valores de mercado auferidos neste mês.

“O saldo de desinvestimento a fazer neste ano seria de 70 bilhões de reais”, disse Mattar  (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

“Com a bolsa nesse nível não é o momento ideal de vender esses investimentos, essas participações. Nós teremos que ter momento oportuno, em que o mercado retorne, para que nós possamos –dependendo desses valores que pertencem ao cidadão pagador de impostos– vender essas participações pelo melhor preço possível”, afirmou ele.

“Então teremos que aguardar um período de tempo, que não sabemos precisar se três, seis meses, quatro anos. Nós não sabemos precisar porque, por exemplo, a crise de 2007-2008 gastou oito anos para poder retornar.”

Nesta quarta-feira, o Ibovespa, principal índice da bolsa, fechou acima de 80,8 mil pontos. Quando Salim anunciou a meta de 150 bilhões de reais em vendas para este ano, em 14 de janeiro, o Ibovespa encerrou a sessão com 117,6 mil pontos.

Durante a coletiva, o secretário também afirmou que o BNDES vai reter o pagamento de Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD) à União neste ano, com os recursos sendo utilizados para financiar cadeias importantes da economia em meio à crise.

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