Privatização acrescentaria R$ 17 por ação da Eletrobras, estima Bank of America
A aprovação da proposta de privatização da Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) pela Câmara, na noite de ontem, encerra um capítulo importante dessa história, cuja continuação ocorrerá no Senado.
A expectativa de que o texto fosse aprovado pelos deputados impulsionou dois dias de fortes altas, acumulando um ganho de 7,3% entre os fechamentos dos dias 17 e 19 de maio.
A boa notícia é que essa arrancada não esgota todo o potencial dos papéis. Em relatório distribuídos aos clientes, o Bank of America estima que a privatização poderia acrescentar R$ 17 ao valor justo das ações ordinárias (ELET3).
Atualmente, o preço-alvo do BofA para as ordinárias da Eletrobras é de R$ 47, e não inclui a privatização. Isso significa que o papel poderia valer R$ 64. Considerando-se os R$ 42,50 com que o papel fechou ontem (19), isso significaria um potencial de alta de 50,6%.
Arthur Pereira, Murilo Freiberger e Gustavo Faria, que assinam o relatório do banco, enxergam “boa probabilidade” de aprovação da proposta no Senado, “após bem-vindos refinamentos ao texto do relator [Elmar Nascimento (DEM-BA)].”
Aprovação na Câmara
A Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória de privatização da Eletrobras na noite de quarta-feira, encaminhando o texto para votação no Senado, em uma vitória do governo no processo de desestatização que poderá levantar bilhões de reais para a União.
O modelo adotado pela MP prevê a emissão de novas ações da Eletrobras a serem vendidas no mercado, resultando na perda do controle acionário pela União. Uma estimativa citada pela Agência Câmara aponta que a operação poderá movimentar R$ 100 bilhões, incluindo valores que deverão ser destinados para amenizar custos com tarifas de energia.