Private equity terá que ser ‘quant’, diz gestor de US$ 90 bilhões
O segmento de private equity terá que se esforçar mais para atrair futuros investidores, já muitas empresas compartilham estratégias semelhantes e as novas tecnologias oferecem oportunidades tentadoras, segundo Tony Tutrone, diretor-gerente da Neuberger Berman.
“O private equity vai ter que ser ’quant’ como todos os outros”, disse Tutrone, que administra US$ 90 bilhões em ativos como diretor global de investimentos alternativos. Em entrevista à Bloomberg Television na quinta-feira, Tutrone disse que conhece uma empresa com 25 funcionários que recentemente contratou quatro cientistas de dados para decisões de investimento em carteira. O nome da empresa não foi revelado.
“Vamos ver inteligência artificial em nossos negócios, big data”, disse. “Não sei exatamente como vai acontecer, mas sei que as pessoas que não investem nisso vão ficar para trás.”
Alguns gestores quantitativos tradicionais se concentraram em mercados privados. A Two Sigma, conhecida por estratégias de hedge funds, também possui um braço de investimento privado que levantou US$ 500 milhões de um fundo de pensão do estado de Massachusetts. A AQR Capital Management, da Cliff Asness, explorou formas para replicar os retornos de private equity com investimento em valor e alavancagem em uma carteira de ações small caps.
“Alguém vai ter que desenvolver, como nos mercados abertos, uma maneira passiva de replicar os retornos de private equity com um custo muito menor”, disse Tutrone. “E acho que isso vai ser extraordinariamente difícil.”
As comissões em private equity são geralmente mais altas que as dos “stock pickers” das bolsas devido à promessa de retornos mais elevados. Mas startups com estratégias semelhantes, que se espelham umas nas outras, dificultam a atração de investidores, disse Tutrone.