Prio (PRIO3): Ação sobe após 2T24, mas greve do Ibama segue no radar; é hora da compra?
A ação da Prio (PRIO3) fechou em alta de 4,21% nesta quarta-feira (7), a R$ 45,07, depois que a companhia apresentou o balanço do segundo trimestre com uma alta de 48% no lucro líquido, a US$ 272,8 milhões. Analistas, no geral, seguem recomendando a compra dos papéis.
O resultado do segundo trimestre foi divulgado um dia após a companhia ter reportado os dados de produção refletindo o impacto de uma greve do Ibama. A Prio tem quatro poços que precisam de workover mas que dependem da autorização do órgão regulatório. Em conjunto, os poços representam uma perda de cerca de 6kbpd na produção atual.
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As greves também continuam a atrasar o ramp-up de Wahoo (+40kbpd) e o desenvolvimento subsequente de ABL (+55kbpd), afirma a XP Investimentos.
Agora, dizem analistas, é justamente a expectativa sobre o fim da greve que pode contribuir com a alta dos papéis.
O Bank of America (BofA) lembrou que o governo federal está na fase final de elaboração da versão inicial do projeto de lei orçamentária, prevista para 31 de agosto. Este projeto de lei incluirá todos os acordos que a administração fez com as carreiras de cargos públicos para 2025.
“Neste contexto, será importante monitorar os desdobramentos das negociações entre o governo e os servidores do Ibama, que estão em greve desde janeiro”, disse em relatório assinado por Caio Ribeiro e equipe, que reiteraram a recomendação de compra.
No início desta semana, a Folha de S. Paulo noticiou que os servidores públicos já desistiram da reivindicação de reestruturação de carreira e entregaram uma contraproposta ao governo contemplando principalmente reajustes salariais.
“O fim da greve do Ibama poderá ser um gatilho positivo para a ação, acelerando as campanhas de workover e a licença do Wahoo, que representa R$ 15,00 do nosso preço-alvo“, escreveram os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, do Bradesco BBI.
O banco aumentou o preço-alvo para PRIO3, de R$ 70 ao final deste ano para R$ 73 ao final de 2025, apesar de ter reduzido as as estimativas de produção para este ano para refletir uma produção mais fraca em julho e também uma produção no 2S24 mais próxima dos 82 mil barris diários.
E o 2T24 do Prio?
A Prio reportou Ebitda de US$ 546 milhões no 2T24, 9% superior ao consenso de mercado, devido a maiores vendas trimestrais, bem como a maiores preços de referência do Brent.
A empresa mais uma vez gerou muito caixa, que foi duas vezes maior que o trimestre anterior, já que o fluxo operacional foi 9% maior no trimestre e os investimentos caíram 43% no trimestre.
A Prio encerrou o trimestre com um endividamento de apenas 0,4x dívida Líquida/Ebitda em 12 meses, sendo uma posição de caixa de US$ 1,2 bilhão.
A receita do trimestre foi de US$ 728 milhões, aumento de 37% na base anual.