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PRIO (PRIO3): Greve do Ibama tira R$ 3,2 do potencial da ação, calcula XP

23 jul 2024, 13:06 - atualizado em 23 jul 2024, 13:06
PRIO
Os protestos do Ibama começaram no início do ano com a paralisação de certas atividades (Imagem: PRIO/Site)

A paralisação que atingi o Ibama foi o principal gatilho para a XP cortar em R$ 3,2 o preço-alvo da PRIO (PRIO3). Com isso, os analistas reduziram o preço de R$ 67,20 para R$ 64, mas mantiveram a recomendação de compra, com potencial de alta de 43% ante o último fechamento.

Segundo Regis Cardoso e Helena Kelm, a greve afeta, principalmente, a curva de produção da companhia, já que há poços parados que precisam do aval do órgão público.

No curto prazo, a PRIO possui três poços esperando pela aprovação (ODP3 em Frade, TBMT-8H e TBMT-10H em Tubarão Martelo), que representam uma perda de cerca de 4,5 kbpd (milhares de barris de petróleo por dia) na produção atual.

“Além disso, a produção de julho provavelmente sofrerá um impacto significativo devido à parada programada para manutenção. As greves também continuam a atrasar a recuperação (ramp-up) de Wahoo (40 kbpd) e o desenvolvimento subsequente do campo ABL (55 kbpd)”, calculam.

Os protestos do Ibama começaram no início do ano com a paralisação de certas atividades, que depois se transformaram em uma greve total em julho.

A XP recorda que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o Ibama retomasse as atividades consideradas essenciais – o que inclui o licenciamento ambiental de ativos de petróleo e gás, mas o fato é que, até o momento, não há novas autorizações para os projetos da PRIO.

“As atualizações mais recentes que recebemos da equipe política da XP indicam que o governo está mais empenhado em negociar com o Ibama, o que consideramos positivo. Em nossa opinião, o licenciamento ambiental provavelmente continuará a pesar sobre a curva de produção da PRIO até que tenhamos um desfecho para as demandas trabalhistas do Ibama”, dizem.

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PRIO ainda atrativa

Mesmo assim, os analistas seguem otimistas com a PRIO. Eles recordam que a empresa adicionou dois novos poços a Albacora Leste (ABL), “o que acreditamos que pode aumentar a produção de ABL para 30kbpd (+2kbpd vs. média de junho) após a parada de manutenção”.

Além disso, a empresa está atualmente perfurando dois novos poços em Polvo (2 kbpd). Esses desenvolvimentos, de acordo com a corretora, provavelmente ajudarão a compensar o declínio natural da produção.

Apesar de todos esses desafios de curto prazo, os analistas acreditam que a PRIO continua a oferecer aos investidores um bom carrego.

Nos níveis de produção atuais (por exemplo, 88 kbpd em junho), a XP estima que a PRIO gere um yield de cerca de 12% do fluxo de caixa livre. O maior prêmio virá, no entanto, quando a produção finalmente aumentar em Wahoo.

“Em nossas estimativas, quando a produção da PRIO atingir 123 kbpd (potencialmente no segundo semestre de 2025), o yield anualizado da FCFE poderá aumentar para cerca de 24% ao ano”, destacam.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.