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PRIO (PRIO3) e Enauta (ENAT3): Risco aumenta com imposto, mas não é hora de desistir das ações, avalia BBA

09 mar 2023, 14:53 - atualizado em 09 mar 2023, 14:53
Enauta ENAT3 dividendos
Itaú BBA atualiza estimativas para PRIO e Enauta após anúncio de imposto sobre exportação de petróleo (Imagem: Divulgação/Enauta)

O Itaú BBA, que atualizou recentemente as estimativas para as petroleiras júniores do seu universo de cobertura, voltou a mudar a tese de investimento de duas empresas do setor de óleo e gás, após a notícia de que o governo vai taxar por quatro meses a exportação de petróleo bruto no Brasil.

As duas empresas em questão são PRIO (PRIO3) e Enauta (ENAT3). Ambas estão mais expostas ao imposto, visto que exportam boa parte de suas produções, destaca a instituição.

Na avaliação do BBA, o anúncio adiciona um novo elemento de risco para as empresas. No entanto, o time de análise defende que a percepção de risco das mudanças regulatórias e legais no setor ainda é menor para as júniores em comparação com Petrobras (PETR4).

O cenário-base do BBA trabalha com a perspectiva de que a taxação de exportação de petróleo cru será revertida após o período de quatro meses, visto que uma extensão da medida necessitaria de aprovação no Congresso.

Porém, analistas destacam que um potencial alongamento da medida pode ter impacto significativo no desenvolvimento do segmento upstream no país a longo prazo, impactando inclusive PetroReconcavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3), que vendem toda a produção no mercado doméstico.

“Uma extensão da medida poderia acabar afetando a dinâmica doméstica dos preços do petróleo no Brasil”, reforçam Monique Greco e a equipe de análise de Óleo, Gás e Petroquímicos do BBA, em relatório publicado nesta quarta-feira (8).

Por ora, o BBA segue com recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”). Para a Enauta, o preço justo para o fim de 2023 foi mantido em R$ 21, enquanto o preço justo para PRIO foi atualizado a R$ 53 por ação.

Segundo o BBA, o imposto de exportação de petróleo de quatro meses deve ter impacto de aproximadamente R$ 0,40 para a ação de PRIO e R$ 0,30 para Enauta. No cenário de maior estresse – ou seja, com a taxação sendo prolongada -, analistas estimam impacto de R$ 9/ação para PRIO e R$ 6/ação para Enauta.

Por que PRIO3 e ENAT3?

O otimismo do BBA sobre as petroleiras menores se apoia em boas perspectivas para essas empresas. No caso da PRIO, a instituição acredita que a companhia oferece uma combinação de ganhos consistentes de eficiência de opex (despesas) e sólido crescimento orgânico e inorgânico.

O BBA destaca ainda que a companhia entregou fortes resultados ao longo de 2022, tendo aumentado produção e vendas e entregado o menor custo de extração da história.

Sobre a Enauta, níveis de produção estáveis ao longo do ano devem ajudar a diminuir a percepção de risco do mercado, afirma.

A petroleira também deve se beneficiar de uma melhor geração de caixa com o ambiente atual dos preços do petróleo.

“Vemos um upside (potencial de alta) atrativo para a Enauta, mesmo considerando apenas a primeira fase do seu plano de desenvolvimento para o campo de Atlanta”, completam os analistas.