Fusões e Aquisições

Prio (PRIO3) faz acordo para comprar campo de petróleo no Rio de Janeiro por US$ 1,9 bilhão

26 set 2024, 20:19 - atualizado em 26 set 2024, 20:19
PRIO
(Imagem: Divulgação)

A petrolífera Prio (PRIO3) fechou acordo com a Sinochem para compra da participação da empresa asiática de 40% no campo de Peregrino, no Rio de Janeiro, por US$ 1,9 bilhão, segundo comunicado ao mercado.

Segundo a Prio, o acordo foi acertado no final da tarde desta quinta-feira e o negócio deve ser concluído na “madrugada” da sexta-feira, quando deverá publicar um fato relevante sobre a operação.

Na última quarta, a companhia já havia confirmado que estava em negociação para fechar o negócio.

Os outros 60% do campo de Peregrino é da petroleira norueguesa Equinor, que é a operadora do campo.

De acordo com dados fornecidos pela ANP (reguladora de petróleo e gás do Brasil), a produção em julho do campo foi de 78 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed), ou 31 kboed para a participação de 40% da Sinochem, contra produção média de 90 kboed da PRIO no segundo trimestre.

Compra da PRIO não é surpresa

Em relatório, o BTG diz que não ficaria surpreso se o acordo fosse concretizado. O banco recorda que a administração da companhia vem reforçando que vai gerar valor para o acionista por meio de fusões e aquisições.

Os analistas dizem ainda que a compra poderá ser não apenas positiva como transformadora.

“Algumas semanas atrás, atualizamos nossas suposições para o campo Peregrino e, mesmo com estimativas conservadoras, acreditamos que este preço permitiria que as TIRs (taxa interna de retorno) denominadas em USD se aproximassem de 20%”, destaca.

O modelo não considera atualmente nenhuma redução no Opex (despesas operacionais) do nível atual de US$ 450 milhões por ano, em grande parte impulsionado por custos de energia mais altos desde que a plataforma Peregrino começou a usar diesel em vez de gás para geração de energia.

“Se esse problema for resolvido, ele poderá desbloquear mais vantagens em nossas estimativas”, diz.

O BTG também não descarta que essa aquisição seja apenas o primeiro passo em uma estratégia mais ampla para eventualmente comprar o campo inteiro. “Esperamos que a Equinor venda sua participação no ativo nos próximos anos”.

“Continuamos compradores da PRIO, que continua sendo nossa principal escolha no setor. As ações estão sendo negociadas a um rendimento de 18% FCFE em 2025 e 29% em 2026, com base nos preços do Brent de US$ 75/bbl e US$ 70/bbl, respectivamente”, coloca.

Já o Goldman Sachs disse que embora não tenha nenhuma opinião sobre a probabilidade da transação potencial seguir adiante, destaca que a administração da PRIO argumentou anteriormente que é capaz de gerar mais valor alocando capital a maiores taxas de retorno em novos projetos (buscando TIRs de >20% em termos de USD) versus remunerar os acionistas por meio de dividendos.

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