Prio (PRIO3) adquire 40% do campo de Peregrino no Rio de Janeiro por US$ 1,9 bilhão; veja detalhes da transação
A Prio (PRIO3) informou ao mercado, via fato relevante, que assinou nesta sexta-feira (27) contrato de compra e venda com a SPEP Energy e a Sinochem para a aquisição da participação da empresa asiática de 40% no campo de Peregrino, no Rio de Janeiro.
Conforme o documento, o novo consórcio será formado pela Equinor, operadora do Campo com 60% de participação, e pela petrolífera, com 40%. A aquisição tem valor de US$ 1,9 bilhão, sendo US$ 191,5 milhões pagos na assinatura do contrato e mais US$ 1,72 bilhão pago na conclusão da transação.
A empresa e suas subsidiárias também contavam com US$ 632 milhões em prejuízos fiscais em 31 de dezembro de 2023, diz o fato relevante. A conclusão do negócio está sujeita às condições precedentes usuais para este tipo de transação, como aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e waiver ou expiração do prazo do direito de aquisição por parte da Equinor em até 30 dias.
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A Prio pediu a D&M um relatório de certificação de reservas considerando uma cotação de longo prazo de US$ 62 por barril de petróleo. Com isso, estima-se reservas e recursos economicamente recuperáveis (1P+1C) próximos a 338 milhões de barris para o Campo de Peregrino a partir de 1 de janeiro de 2024, sendo, líquido para a Prio, 135 milhões de barris, com previsão de abandono posterior a 2037.
“Após a conclusão da aquisição, a produção da companhia irá aumentar em aproximadamente 35 mil barris por dia. Além disso, a Prio enxerga sinergia na comercialização do óleo do Campo, uma vez que cada offtake de Peregrino é de aproximadamente 650 mil barris e poderá ser combinado com cargas dos outros campos operados pela companhia para otimizar a logística”.
Todos os valores serão pagos utilizando recursos já disponíveis em conta corrente da Prio, que afirma que os níveis de alavancagem se manterão dentro de faixas saudáveis e conservadoras de até 1,2 vezes Net Debt (dívida líquida)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Compra da PRIO não é surpresa
Em relatório, o BTG diz que não ficaria surpreso se o acordo fosse concretizado. O banco recorda que a administração da companhia vem reforçando que vai gerar valor para o acionista por meio de fusões e aquisições.
Os analistas dizem ainda que a compra poderá ser não apenas positiva como transformadora.
“Algumas semanas atrás, atualizamos nossas suposições para o campo Peregrino e, mesmo com estimativas conservadoras, acreditamos que este preço permitiria que as TIRs (taxa interna de retorno) denominadas em USD se aproximassem de 20%”, destaca.
O BTG também não descarta que essa aquisição seja apenas o primeiro passo em uma estratégia mais ampla para eventualmente comprar o campo inteiro. “Esperamos que a Equinor venda sua participação no ativo nos próximos anos”.
“Continuamos compradores da PRIO, que continua sendo nossa principal escolha no setor. As ações estão sendo negociadas a um rendimento de 18% FCFE em 2025 e 29% em 2026, com base nos preços do Brent de US$ 75/bbl e US$ 70/bbl, respectivamente”, coloca.
Já o Goldman Sachs destaca que a administração da PRIO argumentou anteriormente que é capaz de gerar mais valor alocando capital a maiores taxas de retorno em novos projetos (buscando TIRs de >20% em termos de USD) versus remunerar os acionistas por meio de dividendos.
*Com Renan Dantas