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Principal painel econômico do Japão debate possível abandono da política econômica do ex-premiê Abe

16 jan 2023, 10:11 - atualizado em 16 jan 2023, 10:11
Japão
(Imagem: REUTERS/Toru Hanai/Files)

O principal painel de política econômica do governo japonês realizou nesta segunda-feira sua primeira rodada de sessões especiais que discutirão a direção de médio a longo prazo das políticas fiscais e monetárias, incluindo o debate de vantagens e desvantagens da política iniciada pelo ex-primeiro ministro Shinzo Abe.

O Japão seguiu uma política reflacionária liderada pelo estímulo monetário sob o comando de Abe, que ajudou a tirar a terceira economia do mundo de 15 anos de deflação.

Os mercados financeiros estão, no entanto, agora mais focados em se e quando o banco central retirará os estímulos monetários, dados os aumentos acentuados da inflação.

“Há uma tendência econômica global de mudança em direção a uma nova política, como visto nos apelos de (a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet) Yellen por uma política econômica moderna, o que marcaria um afastamento da economia convencional do lado da oferta”, disse o ministro da Economia, Shigeyuki Goto, a repórteres após as sessões especiais.

Mais sessões ainda serão realizadas para refletir os debates sobre o plano anual de política econômica do governo, previsto para junho.

Goto disse que comparecerá à reunião de Davos nesta semana para reafirmar a posição do Japão de priorizar a recuperação econômica no curto prazo antes de controlar a reforma fiscal de médio a longo prazo.

Oito economistas, incluindo um especialista em tendências de inflação do país, foram convidados para a sessão.

As sessões não pretendem discutir a estratégia de saída do Banco do Japão, nem esboçar novos objetivos para revisar um comunicado escrito em 2013 pelo governo e pelo banco central, disseram autoridades do Escritório do Gabinete.

A sessão desta segunda-feira ocorreu apenas um dia antes de o banco central japonês iniciar sua primeira revisão dos juros de 2023.

Os mercados financeiros apostam que um iene fraco, preços ao consumidor em alta e mais pressão política do governo forçarão o banco central a finalmente abandonar sua política monetária ultrafrouxa ao final do mandato de 10 anos do presidente Haruhiko Kuroda, em abril.