Setor Elétrico

Principais hidrelétricas começam período úmido com chuva em 58% da média, diz ONS

01 nov 2019, 17:19 - atualizado em 01 nov 2019, 17:19
No Sudeste, onde concentram-se os principais reservatórios, as chuvas deverão somar apenas 58% da média histórica neste mês, ante 65% na projeção na semana anterior (Imagem: Pixabay)

As hidrelétricas, principal fonte de geração de energia do Brasil, devem receber chuvas bem abaixo da média histórica em novembro, apesar do início do chamado “período úmido”, que vai até abril, apontou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

No Sudeste, onde concentram-se os principais reservatórios, as chuvas deverão somar apenas 58% da média histórica neste mês, ante 65% na projeção na semana anterior.

No Nordeste, segunda região em termos de capacidade de armazenamento, a expectativa também é negativa, mas houve ligeira melhoria na previsão, para 26% da média histórica, de 23% na semana anterior.

As perspectivas negativas para a hidrologia já haviam levado a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a definir na semana passada que as contas de luz em novembro terão taxa extra maior, com aplicação da bandeira tarifária vermelha nível 1.

Além do efeito nas contas de luz, o cenário hídrico também pressiona os preços spot da eletricidade, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que influencia o custo de contratos no mercado livre de eletricidade (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A bandeira, que gera custos adicionais quando sai do patamar verde para o amarelo ou vermelho, o que acontece de acordo com a oferta de energia no sistema, ficou no patamar amarelo em novembro do ano passado, com o período úmido. Em outubro deste ano, ela também ficou no amarelo.

Caso as precipitações sigam desfavoráveis ao longo de novembro, as cobranças adicionais poderão continuar em dezembro, com bandeira amarela ou vermelha nas tarifas, disseram especialistas à Reuters.

Além do efeito nas contas de luz, o cenário hídrico também pressiona os preços spot da eletricidade, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que influencia o custo de contratos no mercado livre de eletricidade, no qual grandes clientes como indústrias negociam o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras.

O preço spot em carga média para a próxima semana ficará quase 11% maior que o da semana atual, a 338 reais por megawatt-hora, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A trajetória dos preços spot tem sido de alta desde junho, quando fecharam o mês em média de cerca de 78,5 reais por megawatt-hora e continuaram crescendo a cada mês, registrando média de 273,89 reais em outubro.

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