Primeiros títulos sociais da União Europeia atraem recorde de US$ 275 bilhões
A primeira emissão de títulos sociais da União Europeia teria recebido ordens de mais de 233 bilhões de euros (US$ 275 bilhões), um recorde na Zona do Euro.
O bloco está no caminho de levantar 10 bilhões de euros com a venda de títulos de dívida pública de 10 anos via bancos, segundo uma pessoa a par do assunto. Só essa oferta gerou ordens acima de 145 bilhões de euros, o maior volume para uma emissão na Europa. A UE também emite 7 bilhões de euros em títulos de 20 anos.
O interesse de investidores reflete a escassez de títulos com nota de crédito AAA. Além disso, títulos sociais são o segmento do financiamento sustentável que mais cresce. A emissão, também a primeira dívida conjunta da UE desde que o bloco fechou um acordo histórico de recuperação da pandemia, visa fornecer financiamento para um programa de auxílio ao mercado de trabalho.
A emissão com prazo de 10 anos é precificada três pontos-base acima das taxas midswaps, enquanto para o título de 20 anos o spread é de 14 pontos-base sobre as midswaps.
“Os livros precisam ser grandes, já que há mais ou menos 800 bilhões de euros a caminho”, disse Jan von Gerich, estrategista-chefe do Nordea Bank. “Esses títulos eram claramente esperados com ansiedade, e essas emissões apenas reforçam o quadro de que há uma enorme demanda por títulos no momento.”
A demanda por títulos de dívida atingiu máximas históricas em toda a região neste ano. O recorde anterior para uma única emissão era da Itália, que recebeu 107 bilhões de euros em ordens para uma venda de títulos de 10 anos em junho.
O mercado de títulos sociais também atingiu máximas: o recorde anterior era da agência francesa CADES, com a emissão de 5 bilhões de euros e vencimento em 10 anos.
A UE contratou o Barclays, BNP Paribas, Deutsche Bank, Nomura e UniCredit para coordenar a venda.
O bloco pretende vender tantos títulos sociais para seu programa de empregos SURE quantos os emitidos globalmente até agora, embora o mercado esteja crescendo rápido: o volume multiplicou por quatro neste ano, acima de US$ 72 bilhões.
A UE também deve dominar o mercado de títulos verdes soberanos, com planos de começar a vender 225 bilhões de euros a partir do próximo ano.