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Primeiro ETF de Bitcoin dos EUA lidera expansão de fundos cripto

21 dez 2021, 16:08 - atualizado em 21 dez 2021, 16:08
O setor de criptomoedas ganha uma parcela cada vez maior do cenário de investimento global em meio ao receio da inflação e forças especulativas (Imagem: Unsplash/@ewankennedy19)

Mesmo depois do lançamento do primeiro ETF de futuros de bitcoin dos Estados Unidos, fundos de criptomoedas alcançaram alguns marcos globais impressionantes em 2021.

O número de veículos de investimento que rastreiam cripto no mundo todo mais do que dobrou para 80, em relação a apenas 35 no fim de 2020, segundo dados da Bloomberg Intelligence. Os ativos deram um salto para US$ 63 bilhões em comparação com US$ 24 bilhões no início do ano.

O setor de criptomoedas ganha uma parcela cada vez maior do cenário de investimento global em meio ao receio da inflação e forças especulativas, apesar da volatilidade às vezes assustadora.

O bitcoin, a maior criptomoeda do mundo, registrou queda de 56% de abril a junho antes de atingir recorde em novembro, mas então se desvalorizou mais de 30% nas semanas seguintes. No entanto, as perdas não conseguiram deter o fluxo recorde de recursos.

“Globalmente, é obviamente um fenômeno que começa a decolar”, disse Leah Wald, diretora-presidente da gestora de ativos de criptomoedas Valkyrie Investments, em entrevista ao programa de streaming “QuickTake Stock” da Bloomberg.

“Se olharmos os fluxos de entrada em uma perspectiva de volume, não só tem se mantido estável, mesmo com as correções de preço pelas quais o bitcoin é notoriamente famoso, mas também vemos muitas instituições entrarem em ação.”

A Grayscale Investments é a maior gestora de ativos no mercado de ativos digitais: seu Graysacale Bitcoin Trust, com US$ 30 bilhões em ativos, é o maior fundo cripto do mundo. Provedores de fundos, como Galaxy Digital Holdings e Bitwise Asset Management, de Michael Novogratz, também controlam bilhões.

Embora a maioria dos lançamentos de fundos em 2021 tenha ocorrido fora dos EUA, a estreia em outubro do ETF ProShares Bitcoin Strategy (BITO ) foi o que mais chamou a atenção. Em apenas dois dias, o fundo acumulou US$ 1 bilhão, um dos lançamentos de ETF com maior demanda já registrados.

Esse forte interesse inicial mostrou o grau de demanda reprimida por exposição a criptomoedas entre investidores de ETFs nos EUA.

E, no entanto, ao contrário de um ETF diretamente atrelado ao bitcoin à vista, esses produtos lastreados em futuros são vulneráveis aos chamados custos de rolagem associados à gestão dos contratos.

É provável que a demanda de investidores seja ainda maior se fundos fisicamente garantidos tenham autorização para serem lançados nos EUA, de acordo com a Bloomberg Intelligence.

“Não posso deixar de pensar que os ativos neste espaço seriam ainda maiores se tivéssemos estruturas mais eficientes, como ETFs spot, nos Estados Unidos”, disse James Seyffart, analista de ETF da Bloomberg Intelligence.

De fato, os fluxos para o fundo ProShares estagnaram, e o ETF acumula baixa superior a 30% desde o lançamento em meados de outubro. Enquanto isso, produtos semelhantes da Valkyrie e VanEck têm menos de US$ 70 milhões em ativos combinados.

Wald, da Valkyrie, está otimista com a aceleração dos fluxos em 2022. Gestores de fundos institucionais provavelmente estão esperando para ver como o ETF lastreado em futuros dos EUA lida com os custos de rolagem, disse.

“Em relação ao veículo específico, acho que muitos gestores querem ver as métricas antes de entrar, disse Wald. “Estamos animados com o que o próximo ano nos reserva.”